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Conta-me coisas…: Também-Também

O número de jovens que nem estudam, nem trabalham nem estão em formação é apelidado de “nem-nem”.

Carlos-silva
Carlos Silva, diretor do ISLA carlos.silva@unisla.pt

O número de jovens que nem estudam, nem trabalham nem estão em formação é apelidado de “nem-nem”. É um facto que a facilidade com que rotulamos é diametralmente oposta à nossa capacidade de resolver a questão. São quase 400.000 pessoas em Portugal, e destes, mais de 60% têm entre os 25 e os 34 anos de idade. São espectadores de um filme onde, curiosamente, também são protagonistas num papel não desejado. A repercussão imediata são estes dados avassaladores, criando uma dimensão económica e social complexa para a sociedade em geral. Num futuro, mais ou menos próximo, seremos confrontados com repercussões em termos de sustentabilidade social, rendimento, rendimento disponível, capacidade de resposta do Estado (todos nós), criação de riqueza e competitividade, entre outros aspectos. Por isso existem inúmeros programas de intervenção do estado. Tantos dos quais já se perde a conta. Mas há uma lógica que me parece que devia ser prevalecente. A lógica do também-também. A dos jovens que também querem participar e que também querem evoluir. A dos jovens que também querem aproveitar o não estar a trabalhar para também se requalificarem. Os jovens que também querem um futuro num país onde também acreditam.

Escrito de acordo com a antiga ortografia

(texto publicado na edição de 17 de abril de 2014)