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Crónica irregular: Natal

Tempo de reconciliação de amor entre os homens.

Olimpio-pereira
Olímpio Pereira, empresário p_olimpio@hotmail.com

Tempo de reconciliação de amor entre os homens. E poderíamos pintar aqui um sem fim de lugares comuns. Em Portugal a solidariedade e outros nobres sentimentos ou atos não passam de pura encenação. Normalmente de quem está no papel que os promove. E quem está nesse papel nunca o desempenha senão debaixo dos holofotes da comunicação social que é a chave do elevador social, ou de um interesse que não tem nada a ver com o voluntariado. Quem nasce em circunstâncias desfavoráveis neste país normalmente viverá e morrerá com essas dificuldades. Poucos são os que conseguem fazer carreira no futebol. Mas normalmente são os filhos das famílias pobres. Ingressar na vida política, fazendo dela uma carreira, também poderá incluir um passaporte para o tal ascensor. Nem todos estão predispostos a ingressar num partido politico. A porta desse ascensor também é mais estreita para quem vem das caxinas. Vivemos num momento de guerra civil. Quem tem o poder politico ou financeiro utiliza-o com uma arma de arremesso contra os mais desfavorecidos. Pessoas ou empresas. A interseção dos seus interesses é uma zona opaca cuja história raramente se lê nos jornais. Todos sabemos quanto é mais perniciosa a atuação danosa de um gestor de topo do que o pagamento total do rendimento de inserção social ou a comparticipação dos medicamentos que os idosos necessitam.

(texto publicado na edição de 2 de janeiro de 2014)