É óbvio que um novo estilo entrou no Vaticano. É o estilo próprio de um pastor, que vem de longe, escolhido para suceder ao Apóstolo Pedro. Não é um estilo vazio, simplista, para quem tudo é igual a tudo, e tanto faz escolher o bem e o mal ou, até, não escolher nada.
Muitos têm sido os que sublinham a diferença deste novo estilo, sobretudo a partir de pequenas coisas: o Papa Francisco foi à Casa do Clero, onde se tinha hospedado, retirou os seus haveres e pagou a conta; mas Bento XVI, no dia seguinte à sua eleição, também foi, sem aviso prévio, ao apartamento que ocupava em Roma para dali recolher os seus pertences; o Papa Francisco deu uma audiência à Comunicação Social, mas do mesmo modo fez Bento XVI; o Papa Francisco usou um veículo descoberto para entrar na Praça de S. Pedro, o mesmo que o Papa Bento XVI usou, e que só abandonou quando um homem, iludindo a segurança, pôs a sua vida em perigo… Enfim, muitos outros paralelos poderíamos encontrar entre o ministério dos dois Papas, e que mais afirmam a continuidade que a rutura.
Entre as muitas diferenças que existem, uma sobressai: o Papa Bento XVI nunca teve a benevolência dos Meios de Comunicação.
Não podemos falar sem mais e de modo absoluto de um antes e um depois da eleição do Papa Francisco. Mais do que falar em rutura, será mais justo falar de mudança na continuidade.
(texto publicado na edição de 25 de julho de 2013)
