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No País da troikada: No assentar da poeira

Isto foi um mês rico para classes ignóbeis como comentadores, cronistas e outros espécimenes, entre os quais me conto, naturalmente.

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João Paulo Marques, professor do Ensino Superior Politécnico joao.paulo@regiaodeleiria.pt

Isto foi um mês rico para classes ignóbeis como comentadores, cronistas e outros espécimenes, entre os quais me conto, naturalmente. As eleições dão sempre ensejo a muita asneira, promessas absurdas e muita coisa para o pessoal da pena (ou da caneta, ou do teclado, conforme queiram) dar ao dedo e pôr-se a dizer mal de tudo e de todos. Pois bem, por uma questão de calendário editorial, não tive a sorte de escrever durante esse período. Restou-me portanto, esperar pelo assentar da poeira para dizer alguma coisa.

E a mensagem que quero transmitir é uma mensagem de tranquilidade aos vencedores. Agora que tudo passou, já podem arrumar os programas eleitorais dentro da gaveta e ficar descansados. Ninguém se vai lembrar mais deles e V. Senhorias, como aliás é tradição, ainda menos. A nossa quarentona democracia vai-nos habituando a que os programas eleitorais não passam de peças literárias (por vezes de muito má qualidade), ficcionadas até ao limite da imaginação, cuja ligação ao real não passa de mera coincidência.

Para rematar só quero recordar que troika andou por cá e, em coro com os nossos governantes, diz que tudo vai bem. Enfim, são pontos de vista. Quanto ao governo, se quiser tranquilidade… abra ao público a Sport TV. Era tipo para apostar que ganhavam outra vez as eleições. É que isto da política é muito interessante… mas nada que bata um jogo de futebol.

(texto publicado na edição de 10 de outubro de 2013)