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No País da troikada: Arrumem o papel higiénico

Pelos vistos podemos arrumar o papel higiénico. A saída parece que é limpa. Portanto, quem andou por aí a dizer que a coisa cheirava mal, estava enganado.

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João Paulo Marques, professor do Ensino Superior Politécnico joao.paulo@regiaodeleiria.pt

Pelos vistos podemos arrumar o papel higiénico. A saída parece que é limpa. Portanto, quem andou por aí a dizer que a coisa cheirava mal, estava enganado. Pelo menos a fazer fé no que o coelhinho da Páscoa, atrasado, resolveu dizer no Dia da Mãe. As mães, no dia que lhes é especialmente dedicado, dispensavam semelhante arrazoado. Mas não podemos nunca esquecer que, todo o dia da mãe é, também, por definição, o dia do filho da mãe! Adiante.

Igualmente impressionante, é também a reação dos partidos. Não me refiro ao conteúdo, claro, que esse não teve nada de novo. Refiro-me ao tempo de reação. Aquilo só pode ser batota. Nem Lucky Luke, mais rápido do que a própria sombra, era tão rápido no gatilho. Mas este era um personagem de banda desenhada. Como é evidente, este tipo de reações, cheira a reações futebolísticas, à saída do balneário. Infelizmente, aqui não se trata de futebol. O assunto é mais sério e a crítica pela crítica – que outra coisa pode ser? – vale muito pouco. Pressão jornalística? Talvez. Mas os jornalistas só transmitem o que lhes é dito… depois de lhes ser dito. Acho eu.

Morreu Veiga Simão. Um vulto do pensamento que, em 1973, percebeu (e explicou) que Portugal precisava de mais e melhor ensino superior. 41 anos depois, ainda há muitos que não chegaram lá.

(texto publicado na edição de 8 de maio de 2014)