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No País da troikada: Foi-se a troika…

Pois é meus amigos, foi-se a troika mas ficaram as saladas. Os que pensavam que com a saída da troika voltávamos ao cozido à portuguesa, desenganem-se.

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João Paulo Marques, professor do Ensino Superior Politécnico joao.paulo@regiaodeleiria.pt

Pois é meus amigos, foi-se a troika mas ficaram as saladas. Os que pensavam que com a saída da troika voltávamos ao cozido à portuguesa, desenganem-se. Da couve à morcela, ficou tudo armadilhado. Claro que o facto de não virem cá todos os meses fazer uma colonoscopia ao povo, já não é mau de todo.

Como sabemos, a troika não conseguiu resolver o problema da dívida soberana, que é uma dívida que junta a dívida pública com a outra que ninguém fala porque só os funcionários públicos é que são uns malandros. Mas voltámos a sentir a alegria de vender a dita dívida. E pelos vistos devemos ficar muito felizes com isso. Perceberam? Eu também não. Manias.

E senhores economistas: vejam lá se inventam outro sistema que não assente no crescimento permanente. Além de ser monótono, um dia destes só temos McDonald’s (eu depois cobro a publicidade) para comer. E isso sim, incomoda-me.

Com a ida da troika, acaba-se também “No País da Troikada” aqui no pasquim de serviço à má língua. Foi cerca de um ano a chegar à segunda-feira sem saber sobre que escrever. Mas só uma vez por mês. Eu já não sou rapaz novo. Agora, para não perder a adrenalina, vou-me dedicar às corridas de caracóis, uma modalidade desportiva que está na moda. É que os meus médicos são unânimes: preciso de fazer desporto para ver se perco peso.

(texto publicado na edição de 5 de junho de 2014)