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Partilhando: Doce Salgados…

Todos os anos dizemos: “Para o ano temos de levar menos coisas”. Mas agora que somos cinco esta teoria já não se aplica.

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Cristina Barros, professora do IPLeiria e presidente da Incubadora D. Dinis cristinabarros.rl@gmail.com

Chegou o tão aguardado dia de irmos para os Salgados, onde família e amigos se reúnem para as sempre fantásticas férias de verão, este ano com dois novos elementos que vêm completar o grupo.

A excitação das crianças é tão grande que é impossível dormir as nove horas do costume. Primeiro de agosto, seis da manhã e já está tudo levantado numa tremenda algazarra, a ultimar as malas e demais detalhes para entulhar o carro.
Todos os anos dizemos: “Para o ano temos de levar menos coisas”. Mas agora que somos cinco esta teoria já não se aplica.

Depois de várias horas de loucura total lá conseguimos sair e, com sorte, paramos apenas duas vezes.

Chegar, descarregar, arrumar e vestir rapidamente os fatos de banho para ver o pôr do sol na praia e ainda dar um mergulho com os amigos que já lá estão, que não vemos há um ano e estão ansiosos para conhecer o nosso novo elemento, que vai pôr o pé na areia e no mar pela primeira vez.

As miúdas correm desenfreadamente para ver os amigos e mergulhar naquele mar fantástico dos Salgados. A autonomia e liberdade são totais pois acreditamos que têm de aprender a defender-se e a medir o risco, testando os seus limites e sozinhas. Mas estamos sempre por perto e atentos.

De um momento para o outro, passamos de cinco para 15 e no dia a seguir para 30. Vêm os amigos, os avós e os tios… É uma verdadeira festa! Monta-se o arraial, pois não poderá ter outro nome, e gera-se uma comunidade em plena praia onde tudo é partilhado. As birras não são valorizadas e entram de imediato em auto gestão. Descontração é palavra de ordem.

Nas horas em que o sol está insuportável, aproveitamos para dormir a sesta e voltamos à praia para desfrutar os fins de tarde, que adoramos, principalmente com a maré baixa. Uns correm e andam pelo areal, outros jogam à bola, nadam no mar e divertem-se nas ondas, fazem-se castelos na areia, investigam-se as rochas que entretanto apareceram com a maré baixa. A máquina fotográfica entra em ação para captar todos aqueles momentos e luz.

Adoramos a doçura do vento quente de fim de tarde, dos mergulhos no mar quase vazio e deitar na areia seca, ficar ali horas na conversa, até os mosquitos nos mandarem embora.

Vive-se cada minuto de forma livre e simples, saboreando as gargalhadas e as conversas prazenteiras.

E é assim que todos os anos vivemos os “nossos” Salgados, junto daqueles que mais amamos.

(texto publicado na edição de 1 de agosto de 2013)