E porque 1 de junho foi o Dia da Criança e eu já tenho sete meses e sou um rapaz com opinião e sentido crítico, pedi emprestado este espaço à minha mãe para partilhar convosco como tem sido a minha vida nos últimos tempos.
Ainda não sei bem o meu nome, ando mesmo baralhado. Chamam-me de “bonitão”, “giraço”, “rapagão”, “olho azul”, “lindo”, “engatatão”, “amor da minha vida”, “meu amor”…
Tenho quase sempre gente muito simpática à minha volta, mas quando não estão, desato a berrar e vêm logo a correr. É um bom truque. Podem tentar que funciona!
Eu, por mim, passava o dia ao colo do papá, da mamã, do vovô, da vovó, das manas, a levar milhares de beijinhos e abracinhos. Malta miúda, carinho é um direito que nos assiste! Por isso toca a lutar por todos os mimos do mundo, que nunca são demais.
Devo confessar que tenho um pouco de medo da minha mana mais nova… Deita-se em cima de mim, dá-me beijos com muita força e no outro dia pôs-me uma bandolete cor-de-rosa com uma borboleta. Ora eu sou um rapaz e os rapazes não usam destas coisas. Fui salvo pelo meu pai que me tirou aquela coisa! A minha mana mais velha é super meiguinha e adora andar comigo ao colo, apesar de eu já estar pesadote!
Segundo o pessoal daqui, os rapazes da minha geração que se cuidem pois parece que vou dominar a praça e as preferências das garotas. Não sei o que isso significa, mas gostei de ouvir. Estas palavras soaram-me bem.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>A mamã costuma cantar umas músicas e eu farto-me de rir, mas porque canta tão mal. Tem uma voz, diria, peculiar, e não vou esquecer algumas palavras que ouvia na sua barriga: seis sigma, inovação, café, variabilidade, desvio-padrão, média. Não me parecem palavras simpáticas. Deve ser uma seca, não acham?
Às vezes fico com o meu avô que é o máximo. Aproveitamos para ter conversas de rapazes. Sabem do que falo. Há dias em que a fralda fica ao contrário e eu um pouco molhado, mas tá-se bem!
Resumindo, tem sido uma viagem fantástica. No início, quando saí da barriga da minha mamã (olhem que foi complicado, é muita difícil passar por aquele buraco), senti umas picaditas e lembro-me de estar numa “nave espacial”, a que chamavam incubadora, e de ter voado para a “Terra do Nunca”. Agora é só beijos, abraços, miminhos e, claro, paparoca. É o máximo andar por aqui!
Divirtam-se. Tenho a certeza que tu e eu vamos ser sempre crianças super felizes! Porque temos esse direito!
(texto publicado a 6 de junho de 2013)