Assinar

Todos às urnas!

Leirienses, agora é a nossa vez. Daqui a uns dias, por todo o País, escolher-se-á quem queremos que lute pelos nossos direitos e encabece as nossas lutas. Agora é o momento de nos fazermos ouvir, de mostrarmos que nos importamos, que somos eternos insatisfeitos e que sabemos que, apesar de tudo aquilo que já conquistámos, ainda há muito mar para desbravar.

mariafranciscagama@hotmail.com

 

Leirienses, agora é a nossa vez. Daqui a uns dias, por todo o País, escolher-se-á quem queremos que lute pelos nossos direitos e encabece as nossas lutas. Agora é o momento de nos fazermos ouvir, de mostrarmos que nos importamos, que somos eternos insatisfeitos e que sabemos que, apesar de tudo aquilo que já conquistámos, ainda há muito mar para desbravar. Esta é a hora exata para refletirmos sobre tudo aquilo que, durante os últimos anos, não fez de nós cidadãos satisfeitos, e também é esta a hora para darmos o nosso voto de confiança à equipa e às pessoas cujas qualidades profissionais e humanas mais nos fazem crer que podemos avançar. Porque é disso que se trata: deixemos de lado as cores, o passado, as promessas que, à partida, sabemos não passarem disso mesmo. Olhemos para os objetivos, para as metas, e, acima de tudo, porque sabemos como é fácil o dom da oratória comover multidões, perguntemos como tencionam atingir o quer que seja. Quais os passos e obstáculos, porque o caminho faz-se disso. E informemo-nos, porque é isso que nos pedem quando apelam à nossa consciência no momento do voto.

Segundo a base de dados PORDATA, em 2013, ano em que assistimos às últimas eleições autárquicas, a taxa de abstenção, em Leiria, foi de 50,2%. Isso quer dizer, como todos vós sabeis, que metade da população que está recenseada na nossa cidade decidiu não exercer um direito que lhe é dado pela Constituição da República Portuguesa. Quer dizer que os nossos vizinhos, colegas de trabalho ou familiares decidiram não ter voz num dia em que é suposto todos nos fazermos ouvir, e que preferiram que a sua opinião ficasse num banco de jardim ou numa mesa de café entre amigos, ao invés de poder determinar quem os representaria. E isso é assustador: o desinteresse, a indiferença, a falta de credibilidade que parece afetar todos aqueles que assumiram um compromisso. Não podemos nos queixar de algo que não lutamos para mudar, nem podemos esperar que façam por nós aquilo que nos inquieta se nunca o dissemos a quem de direito o devia saber.

Também não moro atualmente em Leiria. Como grande parte dos amigos que aqui fiz, estou a estudar fora. E, no dia 1 de outubro, quando for o dia de exercer este nosso direito, virei de propósito para o fazer, mesmo que isso implique pagar um bilhete de Expresso e deixar de assistir ao pôr-do-sol no Miradouro da Graça, em Lisboa. Porque quero ter alguma coisa a dizer! Porque acredito na potencialidade da nossa cidade, e também porque acredito que existem pessoas, independentemente dos partidos ou dos lados, que acreditam tanto quanto eu, e que querem primar pela inovação, pela entreajuda, pela solidariedade. E mesmo que não acreditasse em nenhum dos rostos que vemos nos cartazes pela cidade, mesmo que, a meu ver, nada de puro ou altruísta as fizesse ali estar, a sorrir com os braços cruzados, eu não deixaria de ir às urnas: votava em branco. É a mesma coisa, uma abstenção ou um voto em branco, visto que nenhum deles elege quem quer que seja? Não, digo-vos com toda a certeza. Votar em branco demonstra que não acreditamos em nenhuma das listas que se propõe a levar Leiria a voos mais altos (e não falo só de fazer da base de Monte Real um novo aeroporto); não aparecer para votar demonstra que nem sabemos que listas se candidatam nesse ano, e que, mesmo que saibamos, é-nos alheio quem velejará o barco no qual nos somos passageiros.

Por isso, no próximo dia 1, votem! Mesmo que haja futebol, um casamento de uma amiga, uma exposição imperdível: não nos desleixemos, na esperança que depois também ninguém se descure dos nossos interesses, sonhos e anseios. Só exercemos este direito de quatro em quatro anos, e se queremos que os que se avizinham nos orgulhem e representem dignamente, cabe-nos, a todos, fazermos parte do futuro e da decisão.