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Internamentos de bebés com infeção respiratória diminuíram em Leiria

Nos últimos 15 meses, foram internados 70 bebés por infeção provocada pelo vírus sincicial respiratório em Leiria, menos 44 do que na época sazonal anterior. A vacinação terá contribuído para esta redução

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21 Perguntas & Respostas: Distanciamento, uso de máscaras e vacinação

Mesmo após a toma das duas doses da vacina contra a Covid-19 é necessário manter máscara e distanciamento social. A imunidade apenas é atingida passados 14 dias mas persistem riscos, explica Ana Silva, médica no Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral

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Lepra é quase inexistente em Portugal mas já atingiu a região de Leiria

A doença de Hansen, vulgarmente conhecida como lepra, é praticamente inexistente em Portugal. Segundo Ana Silva, responsável do programa de doenças transmissíveis e da doença de Hansen do Agrupamentos de Centros de Saúde Pinhal Litoral (ACES PL), não há registo de novos casos em Portugal, entre a população portuguesa desde 2015. Os casos identificados desde então foram importados de países em que a lepra é altamente prevalente. Na região de Leiria, foi reportada, em 2018, uma recidiva “com forma de lepra lepromatosa” relacionada com um caso inativo no concelho da Marinha Grande desde 2010. O tratamento do doente foi supervisado pelo Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar de Leiria durante um ano, encontrando-se agora em vigilância, adianta Ana Silva. Os últimos dados da evolução da doença no distrito remontam a 2010, ano em que o acompanhamento dos casos passou a ser efetuado a nível hospitalar devido à quase inexistência de casos. Nesse ano, o ACES PL registava um caso inativo em vigilância na Marinha Grande e um outro – um dos últimos registados na região – em Porto de Mós. Já em 2005, e a nível distrital, estavam identificados “quatro casos ativos em tratamento, três inativos em tratamento (casos em que as análises deram negativas mas o doente deve ser mantido em tratamento) e 30 inativos em vigilância (já sem tratamento)”. Em 2008, a situação evoluiu para três casos ativos e um inativo em tratamento, e 21 inativos em vigilância. A especialista em Saúde Pública refere não haver registo em 2020 de qualquer novo caso em Portugal de acordo com o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), embora admita “que possam existir casos que não estejam devidamente identificados, uma vez que a atual pandemia prejudicou seriamente o acompanhamento das outras doenças infeciosas”. Em 2019, contudo, haviam sido notificados seis novos casos com origem “em países em que há ainda uma grande prevalência da doença como Moçambique, Nepal e Brasil, etc.” No caso da lepra, como de outras doenças dermatológicas menos comum, “é sempre solicitado o apoio dos colegas de Dermatologia que fazem o diagnóstico e decidem o esquema terapêutico” que se baseia, “habitualmente, em esquema triplo com Dapsona, Rifampicina e Clofazimina”. “A medicação é disponibilizada pela Direção-Geral da Saúde e a toma supervisada, se necessário, pela Equipa de Família do centro de saúde”, esclarece Ana Silva. 68 Há 68 anos que o Dia Mundial dos Doentes de Lepra é assinalado a 31 de janeiro. A efeméride, dinamizada em Portugal pela APARF desde 1987, visa alertar e sensibilizar a população para o impacto da doença que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. A data é ainda aproveitada pela associação para a realização de um peditório nacional, destinando-se as verbas a apoiar doentes e famílias e promover ações de luta contra a doença e outras causas de marginalização social Apoio a doentes e famílias “Apesar da progressiva redução do número de doentes, a doença ainda não foi erradicada, sobretudo em países pobres onde todos os anos surgem inúmeros casos novos”, alerta a Associação Portuguesa Amigos de Raul Follereau (APARF). Para o sucesso da cura, é essencial o “combate à desnutrição, à falta de água potável e aos parcos padrões de higiene”, acrescenta a associação, que dá conta do registo, em 2019, de 202.185 novos casos de lepra em 160 países. Ainda segundo a APARF, que apoia em Portugal doentes de lepra e famílias desde 1987, “a região Litoral Centro (Coimbra, Leiria, Lisboa e Vale do Tejo) foi, tradicionalmente, a mais atingida pela doença”. A doença de Hansen é uma doença infeciosa crónica, causada pela Mycobacterium Leprae, caracterizada por largo período de incubação (até dez anos ou mais). Não sendo hereditária, é contagiosa, nomeadamente “em ambientes e entre populações que sofrem de desnutrição, sem acesso a água potável e, portanto, de baixos padrões de higiene”. “Quando não é diagnosticada e tratada atempadamente, evolui e causa úlceras ao nível da pele, afeta o sistema nervoso periférico, mutila, provoca a cegueira e a morte”, explica ainda a APARF.

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