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Cultura

Maior exposição de Zés Povinhos de sempre patente nas Caldas da Rainha

O Centro de Cultura e Congressos (CCC) de Caldas da Rainha tem patente até ao final do mês a maior exposição de Zés Povinhos do país, assinalando os 135 anos da personagem criada por Rafael Bordalo Pinheiro.

O Centro de Cultura e Congressos (CCC) de Caldas da Rainha tem patente até ao final do mês a maior exposição de Zés Povinhos do país, assinalando os 135 anos da personagem criada por Rafael Bordalo Pinheiro.

“Numa altura em que faz 135 anos, era fundamental fazer uma alusão a essa criação que é o Zé Povinho criado num contexto muito semelhante ao atual, o contexto das limitações financeiras e de hipotética bancarrota”, explica à agência Lusa Carlos Mota, diretor do CCC.

Trata-se da exposição com o maior número de Zés Povinhos expostos ao público, através de diversas manifestações artísticas de Rafael Bordalo Pinheiro e de vários artistas, cedidas por vários colecionadores particulares.

A mostra dá destaque às esculturas em cerâmica de Zés Povinhos em várias dimensões, tendo em conta a produção cerâmica da Fábrica Bordalo Pinheiro de Caldas da Rainha e a ligação da cerâmica que permanece bastante viva a esta cidade.

“Ao longo da própria história da cerâmica das Caldas da Rainha vão aparecer operários das cerâmicas que escapam à funcionalidade da produção industrial e acabam por produzir Zés Povinhos para fora do circuito industrial retratando com argúcia e pertinência momentos políticos da História portuguesa”, refere.

Estão também expostas pinturas, ilustrações gráficas de várias épocas e cartoons, associando o Zé Povinho a momentos políticos contemporâneos ao da própria criação, como são os casos da adesão de Portugal à atual União Europeia ou o Europeu de futebol de 2004, organizado em Portugal.

Além disso, estão patentes várias obras escritas pelo artista Rafael Bordalo Pinheiro.

A par do cartonista António Antunes, do semanário Expresso, cujos trabalhos constam da exposição, “o artista contemporâneo continua a reproduzir o Zé Povinho interventivo, crítico, associado a uma particularidade política do momento”.

A personagem surge pela primeira vez desenhada por Rafael Bordalo Pinheiro numa ilustração publicada no jornal “Lanterna Vermelha”, de 12 de junho de 1875, que pode também ser vista na exposição.

Rafael Bordalo Pinheiro “desenha na véspera de Santo António um Zé Povinho com um altar de Santo António que é Fontes Pereira de Melo, o rei D. Luís que é o menino Jesus, o Zé Povinho que volta o forro dos bolsos e só encontra duas moedas que dá ao ministro das Finanças, temos ainda o chefe da política, que está a ver se o Zé dá tudo, e vários políticos a voar e a ver o que se passa”, descreve a colecionadora Isabel Castanheira.

A exposição, patente até ao final do mês, mostra igualmente a evolução da personagem, que só em 1884 passa a ser desenhada fazendo um manguito como gesto de crítica para demonstrar o seu descontentamento perante as mais diversas situações da vida político-soc

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