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Mercado

Os dias difíceis do Mercado do Falcão

Os vendedores do mercado grossista de Leiria clamam há anos por uma cobertura do espaço, que foi prometida vezes sem conta. Agora procura-se nova localização.

Os vendedores clamam há anos por uma cobertura do espaço, prometida vezes sem conta. Mas a Câmara de Leiria – que ocupa aquele espaço (propriedade do BPN) ao abrigo de um protocolo de cedência, vai avançar para um novo local. “Estão várias hipóteses em estudo”, diz a vereadora responsável pelo pelouro dos mercados, Blandina Oliveira.

Fernando Varalonga, 68 anos, com a mulher, Delmira Jorge Duarte, 65, e a neta Tatiana, de 14. A família vende no mercado há 31 anos. Tudo o que vendem é produção própria, a partir da Rua do Rei Lavrador, em Amor. Louvam os acessos, mas lamentam a falta de uma cobertura no Falcão. “Quando fizeram o estádio, era melhor terem feito aqui uma cobertura. O estádio não está a fazer nada. Só está a consumir e a gastar mensalmente bastante dinheiro nosso”.
Emília Pedrosa, 68 anos, Barradas (Amor). Chega a andar seis horas seguidas a apanhar agrião, que depois junta aos molhos para vender no mercado, onde vende, juntamente com o marido, Manuel Jorge, de 73 anos. “Vamos parar com isto. Andar a trabalhar e não ter lucro nenhum não vale a pena”, diz ele. “Para quem produz não dá nada. E quando chega ao consumidor, pagam-se as coisas bem caras”.
Rosália Gregório, 42 anos. Vem do Casal Novo (Amor), todas as segundas, quartas e sextas, para vender no Mercado do Falcão. Trabalha na agricultura desde pequena. Diz que o mercado “podia ser mais pequeno e ter a cobertura, até porque muitas pessoas já desistiram de vender”. Porquê? “As grandes superfícies deram cabo dos pequenos”.
Luís Martins Rodrigues mora na Cova de Picoto, freguesia da Golpilheira, Batalha “O pavimento agora é bom. A ASAE veio cá mas não arranjou grandes problemas. Detectaram algumas anomalias e corrigimos o que pudemos, sobretudo nos calibres e nos rótulos”.
Irene Vac’loiro, 63 anos, natural de Valado de Frades (Nazaré). Queixa-se do negócio. “Isto está péssimo. A gente ganha para comer e para os encargos. Mais nada”. Das condições do mercado não tem razão de queixa. O que gostava de mudar não estará ao alcance de qualquer Câmara ou estrutura: as condições económicas de quem compra.

Leia a reportagem completa no Região de Leiria de 5 de Novembro de 2010.

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