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Mercado

Sector da pedra natural precisa de trabalhadores e quer apostar na inovação

Empregabilidade. A indústria transformadora e extrativa da região de Leiria emprega 1.408 pessoas e quer apostar na criação de empresas, desenvolvimento de ideias inovadoras e atração de jovens

Um grupo de 40 estudantes visitou duas empresas no concelho de Porto de Mós Foto: Joaquim Dâmaso

A falta de mão-de-obra é uma das principais preocupações do sector da pedra natural, que na região de Leiria vale mais de 126 milhões de euros de volume de negócios (incluindo outros minerais não metálicos), equivalente a 12,2% do total do país, segundo dados de 2016 revelados pela Associação dos Recursos Minerais de Portugal (Assimagra) numa ação de divulgação para 40 estudantes em Porto de Mós.


A criação de novas empresas, o desenvolvimento de ideias inovadoras e a atração de jovens trabalhadores são os objetivos do projeto “Enterprising the future by portuguese natural stone”. Neste contexto, o grupo de alunos dos ensinos regular, profissional e superior visitou na terça-feira, 27, a Airemármores e LSI Stone.


A região de Leiria possui 238 empresas de extração e transformação de pedra, que empregam 1.408 trabalhadores. A maioria das unidades (134) e dos empregados (895) pertence ao subsector da extração, segundo dados do INE relativos a 2016.

A diretora da LSI Stone, Regina Vitório, perante a “muita escassez de recursos humanos”, considera “importante a aproximação do sector, das universidades e das escolas profissionais”. “A indústria transformadora e extrativa ainda está muito conotada com o trabalho sujo e manual, mas hoje já não é assim: há empresas muito modernas, com tecnologia de ponta e envolvidas na Indústria 4.0”, adianta.


Para a empresária, “o trabalho manual continuará a ser necessário e a profissão de artesão canteiro [com escassez de oferta] está cada vez mais dignificada, porque adiciona valor” à matéria-prima.


No ano passado, a LSI Stone exportou 100% da produção, que atingiu os 3,5 milhões de euros, sobretudo para a Europa, EUA, Norte de África e Médio Oriente. A empresa, com 29 colaboradores, está a desenvolver um projeto de ampliação e modernização das instalações.


A Airemármores também está a ampliar e a modernizar as instalações, um investimento próprio de dois milhões de euros para aumentar a capacidade de transformação. “A principal prioridade é transformar a nossa matéria-prima, o que resulta em mais valor acrescentado, embora também exportemos blocos”, afirma o gerente, Acácio Cordeiro.


A empresa conta com 40 colaboradores e exportou 90% da produção no ano passado, sobretudo para a Índia, China, EUA e o Brasil, e atingiu um volume de negócios de 2,2 milhões de euros.


“Este é um sector em grande desenvolvimento, por exemplo nas exportações [338,2 milhões de euros em 2017], que aposta cada vez mais em tecnologia e inovação”, refere a coordenadora da delegação centro da Assimagra, Sílvia Pestana, acrescentando que o sector “precisa de técnicos e já não está apenas assente na mão-de-obra”. Daí “a importância de sensibilizar os alunos” para esta indústria, com projetos como este que a associação promove em parceria com a Indice ICT & Management.


No mesmo sentido aponta a vereadora da Câmara de Porto de Mós Telma Cruz: “Estas visitas são muito importantes porque os estudantes não conhecem o sector, em grande desenvolvimento, com empresas que precisam de pessoas qualificadas”. O concelho “está a promover o ensino profissional para qualificar pessoas para trabalharem no sector da pedra” e, em maio, desenvolve uma ação para os alunos do 9º ano de escolaridade.

(Artigo publicado na edição de 1 de março de 2018)

Carlos Ferreira
Jornalista
redacao@regiaodeleiria.pt

Estou convencido que este ano será bastante melhor do que 2017, em que fomos afetados pelo Brexit, aumento do preço do transporte marítimo e os atentados na Europa”

O sector está a crescer a olhos vistos na região, por exemplo em Porto de Mós e em Alcobaça. E também na zona de Fátima, onde neste momento há bastantes empresas”

Já recebi inclusive escolas internacionais, no ano passado, porque é muito importante sensibilizar que o sector já não é como era visto há uns anos”

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