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Tratamento da poluição das suiniculturas nas ETAR atuais considerado “uma ficção”

Ministro do Ambiente afirma que uma parte dos efluentes suinícolas da região pode ser tratada nas ETAR existentes com capacidade para o efeito. Autarcas dizem que se trata de “uma ficção pensar que é uma solução para a região e para qualidade dos seus recursos hídricos”.

A utilização de Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) como parte da solução para resolver o problema dos efluentes das suiniculturas “é uma ficção”, segundo o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL), que reagiu esta quinta-feira, 23, a uma notícia publicada pelo REGIÃO DE LEIRIA.

Na notícia, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, revela que a solução a “consensualizar até outubro” pode “começar em parte a ser usada nessa altura, porque na Águas do Centro há um conjunto de ETAR próximas com capacidade excedentária e preparadas para tratar este tipo de efluentes [suinícolas]. Uma parcela pode começar logo a ser tratada em infraestruturas que já existem”.

“É uma ficção pensar que é uma solução para a região e qualidade dos seus recursos hídricos, a opção de tratamento dos efluentes das suiniculturas pelas ETAR já existentes na região de Leiria e com a capacidade subaproveitada, leia-se ETAR Norte (Coimbrão e junto à Praia da Vieira)”, reagiu Paulo Batista Santos, também presidente da Câmara da Batalha.

“Essa hipótese na prática já está a ser implementada, sem condições técnicas adequadas e com custos ambientais graves para a foz do Lis, como é público, e a ser totalmente financiada pelos cidadãos de Leiria, através da tarifa do saneamento, uma vez que os suinicultores não pagam há vários anos o tratamento dos efluentes entregues na ETAR”, explica o autarca na sua página no Facebook.

Na perspetiva de Paulo Batista Santos, “a quantidade de resíduos produzidos pelas suiniculturas da região é insuscetível de ser tratada na ETAR do Coimbrão, que apenas recebe uma pequena quantidade de efluentes, já em estado sólido, e a razão principal da não entrega pelos produtores é o custo do transporte, uma vez que não liquidam o tratamento”, adianta.

O vice-presidente da CIMRL “não compreende esta mudança de estratégia e cedência aos interesses dos dirigentes dos suinicultores pelo ministro do Ambiente, uma vez que por sua iniciativa e junto das autarquias da região, ficou o compromisso de entrega de uma solução viável para a construção da estação dedicada ETES de Leiria, suportada com apoio público, mas maioritariamente pelos produtores de resíduos, como sucede nos demais sectores”.

O ministro do Ambiente disse, a 7 de agosto, em Abrantes, que “até outubro será consensualizada uma solução” entre as entidades envolvidas no projeto de despoluição da Bacia Hidrográfica do Rio Lis, que envolve a utilização das ETAR.

“Quanto a uma solução final, muito provavelmente”, segundo João Matos Fernandes, “terá de ser construída uma ETAR dedicada [ETES de Leiria], ainda que muito mais pequena do que a prevista e com um investimento muito menor do que o previsto” no projeto anterior.

O problema da poluição provocada pelas suiniculturas “tem uma solução técnica e financeira muito próximo do fim, em parceria com os municípios e paga pelos utilizadores”, destacou o governante, sem, no entanto, dar mais detalhes sobre a operação.

Leia a notícia completa na edição do REGIÃO DE LEIRIA de 23 de agosto de 2018

Carlos Ferreira
Jornalista
redacao@regiaodeleiria.pt

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