O botão “gravar” foi acionado há um ano. As 19 câmaras instaladas no centro da cidade de Leiria começaram a monitorizar permanentemente o mesmo número de locais na cidade, a 22 de março. Neste período, a PSP de Leiria preservou “imagens para 98 investigações de âmbito criminal”, registou cinco situações de criminalidade violenta e grave e sete furtos em estabelecimentos comerciais.
“O balanço é francamente positivo (…) obtendo-se não só resultados positivos no âmbito de investigações criminais realizadas, assim como uma melhor atuação nos grandes eventos e ocorrências policiais na área abrangida pelo sistema”, refere o comandante distrital da PSP de Leiria, que prefere falar em “sistema de videoproteção”, dado que a lei tem como finalidade a “segurança e proteção de pessoas e bens”.
O desfile de carnaval das crianças, a manifestação dos “Coletes Amarelos”, a feira medieval, a festa de passagem de ano ou o Shop On foram alguns dos eventos seguidos pelos agentes da PSP através do ecrã, em tempo real.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Da cerca de centena de investigações iniciadas com recurso às imagens captadas, “em várias conseguiu-se chegar à identificação dos autores e/ou ao esclarecimento dos factos em investigação”, diz o responsável. A maioria está relacionada com crimes contra o património, sobretudo furtos, ou crimes contra as pessoas (ofensas à integridade física).
E se a existência do sistema de videovigilância pode ser “um factor dissuasor da prática de ilícitos e incivilidades”, com gravação de cinco situações de criminalidade violenta e grave e sete furtos em estabelecimentos comerciais, com arrombamento ou escalamento, nas áreas vigiadas, a verdade é que em 2018, a cidade de Leiria registou um aumento de 13% da criminalidade participada e 25% da criminalidade violenta e grave (onde se incluem crimes como homicídio, roubos, rapto, violação, associação criminosa ou extorsão).
25%
Nos últimos 365 dias, o centro de controlo e comando da PSP captou imagens para 98 investigações de âmbito criminal na área da PSP, além de outras situações de criminalidade violenta e grave ou furtos.
“O que se conclui ser muito positivo nesta fase inicial, considerando que se trata de uma área relativamente pequena (e é apenas uma pequena parte da área policiada pela PSP de Leiria) mas com grande concentração de pessoas, serviços, eventos e estabelecimentos comerciais”, afirma.
“Face à conjetura atual, atendendo ao aumento de criminalidade participada em Leiria, ao elevado índice de sinistralidade rodoviária registado na região, à cada vez maior projeção de Leiria, e de Portugal, em áreas como o empreendedorismo e o turismo, e à constante ameaça terrorista internacional, a importância da implementação, alargamento e utilização destes sistemas é cada vez maior), não só para garantir a diminuição dos índices criminais nalgumas artérias com maior número de crimes, mas também para aumentar a segurança em artérias onde existam edifícios públicos e outros considerados como sensíveis ou mais vulneráveis”, defende o comandante.
Marina Guerra
Jornalista
marina.guerra@regiaodeleiria.pt
Jorge Morgado
Ilustração
redacao@regiaodeleiria.pt
