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Leiria

ICNF prevê rearborizar mais 1.500 hectares no Pinhal do Rei até 2022

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas reagiu à demissão de um membro do Observatório do Pinhal do Rei e às críticas que lhe foram feitas, referindo ter feito a gestão de combustíveis em 600 hectares e rearborizado mais de mil.

ICNF prevê investimentos na ordem dos 4,4 milhões de euros no Pinhal do Rei até  2022 Foto de arquivo: Joaquim Dâmaso

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) reagiu à demissão de um membro do Observatório do Pinhal do Rei e a “afirmações segundo as quais o ICNF nada fez pelo Pinhal do Rei ao longo de quase dois anos que decorreram sobre o incêndio” que o devastou.

Num esclarecimento público, o ICNF adianta ter desenvolvido várias ações no âmbito da Estratégia de Recuperação do Pinhal do Rei, apresentada na Marinha Grande em janeiro de 2018, anunciando investimentos na ordem dos 4,4 milhões de euros até 2022.

Até à data, refere ter executado intervenções no âmbito da gestão de povoamentos e de combustíveis na área não ardida, nomeadamente em faixas de interrupção e de gestão de combustíveis, em mosaicos de gestão de combustível, e na instalação da rede primária de faixas de gestão de combustíveis, numa área de 627 hectares.

Ao nível da recuperação da área ardida, o ICNF refere ter realizado ações de estabilização de emergência pós-incêndio em 2017, ações de controlo de plantas exóticas invasoras em 2018, e ações de rearborização de 1.039 ha entre 2018 e 2019.

Quanto aos investimentos programados até 2022, contemplam a rearborização de ardidos em 1.482,12 ha, num montante estimado de 2.021.608 euros, a recuperação de áreas afetadas pela tempestade Leslie em 694,17 ha e com um custo previsto de 879.676 euros.

A beneficiação de 28,3 quilómetros de rede viária florestal e de 10 quilómetros de rede divisional florestal representará, por sua vez, um investimento na ordem de 1,5 milhões de euros.

Ainda segundo o ICNF , o plano de recuperação do Pinhal do Rei integra o Programa de Recuperação das Matas Públicas, elaborado por uma Comissão Científica e apresentado em 22 de fevereiro último em sessão pública.

O esclarecimento do ICNF surge depois de Ricardo Vicente, engenheiro agrónomo e membro especialista do Observatório do Pinhal do Rei, ter apresentado na quarta-feira a demissão daquele órgão, criticando a falta de coordenação e a ausência de vontade política para assegurar o seu funcionamento. “Há meio ano que não reunimos e já estamos em período de risco de incêndio”, alertou numa carta dirigida à responsável pela coordenação do Observatório do Pinhal do Rei, Cidália Ferreira, presidente da Câmara da Marinha Grande, e que partilhou nas redes sociais.

Nessa carta, o engenheiro agrónomo critica que o Observatório não reúna desde dezembro do ano passado, ainda que o despacho que o criou aponte para a realização de reuniões mensais, e lembra que o Observatório elaborou um parecer “muito relevante sobre o Relatório da Comissão Científica” que, todavia, não foi tornado público.

“Considero que o Observatório não está a responder às suas principais responsabilidades”, refere, acrescentando que “ao nível da sua coordenação e, também, ao nível do ICNF, não há vontade política para que esta instituição responda aos seus compromissos, que estão espelhados no despacho da sua criação”.

O Observatório do Pinhal do Rei foi criado na sequência de um despacho governamental, em abril do ano passado, e tem por missão “interpretar, acompanhar e monitorizar o Plano de Recuperação do Pinhal do Rei”. Recorde-se que em outubro de 2017, quase 90 por cento do Pinhal de Leiria, também conhecido como Pinhal do Rei, foi consumido pelas chamas.

O REGIÃO DE LEIRIA já solicitou um comentário sobre esta demissão a Cidália Ferreira, aguardando resposta.

MR/CSA


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