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Rede Internacional de Comunidades Devotas de Nossa Senhora criada na Nazaré

A primeira rede internacional de Comunidades Devotas de Nossa Senhora da Nazaré foi ontem, domingo, criada na Nazaré, no final de um encontro que durante três dias juntou centenas de crentes de Portugal e do Brasil.

O culto a Nossa Senhora da Nazaré é considerado um dos cultos marianos mais antigos de Portugal​ Foto: CMN

A primeira rede internacional de Comunidades Devotas de Nossa Senhora da Nazaré foi ontem, domingo, criada na Nazaré, no final de um encontro que durante três dias juntou centenas de crentes de Portugal e do Brasil.

A carta de princípios para a criação da rede internacional de comunidades devotas, estimadas em cerca de 400 em todo o mundo, foi subscrita pela Câmara da Nazaré, pelo governo estadual de Belém do Pará (Brasil) e pelos círios (devotos marianos) portugueses e brasileiros que desde sexta-feira participaram no primeiro encontro internacional de fiéis de Nossa Senhora da Nazaré.

De acordo com a carta de princípios, a que a agência Lusa teve acesso, a rede terá como objetivos “a promoção do diálogo e da aproximação entre comunidades devotas” e a “salvaguarda e promoção do património ligado às práticas e manifestações associadas a este Culto Mariano” que a autarquia da Nazaré está a candidatar a património cultural imaterial da humanidade.

A rede pretende ainda reativar o culto “em locais onde este já existiu, mas onde, com o passar dos tempos, se foi perdendo”, através da transmissão de práticas de manifestações às novas gerações e da difusão “dos valores cristãos inerentes à mensagem de Nossa Senhora da Nazaré”, estabelece a carta.

A estrutura jurídica da rede será definida no próximo Encontro Internacional de Comunidades Devotas, marcado para outubro deste ano, em Belém do Pará, no Brasil, aquando da abertura do Círio de Nazaré.

Com a assinatura da carta princípios as comunidades subscritoras reconhecem que o culto de Nossa Senhora da Nazaré “é uma devoção milenar, cuja origem remontará ao início da cristandade”, reforçada em 1182 pela lenda do milagre a D. Fuas Roupinho, salvo da morte no local que ficou conhecido por Sítio da Nazaré.

O culto a Nossa Senhora da Nazaré é considerado um dos cultos marianos mais antigos de Portugal, com mais de 800 anos de história de “ devoção ininterrupta” à imagem que segundo os promotores da candidatura à UNESCO, “terá sido esculpida pelo próprio S. José, na Nazareth da Galileia (atual Israel) tendo passado ao longo dos séculos pela Grécia, pelo Norte de África (Hipona, atual Annaba, na Argélia) e por um mosteiro próximo de Mérida, no sul de Espanha, antes de chegar à sua morada final, no promontório da Nazaré”.

Portugal e o Brasil, países onde o culto tem mais expressão, preparam uma candidatura conjunta que deverá ser entregue à UNESCO no próximo mês de maio e no âmbito da qual os promotores irão “convidar o Papa Francisco a deslocar-se à Nazaré, em 2022, aquando das Jornadas da Juventude”, anunciou hoje o presidente da câmara, Walter Chicharro.

Ainda no âmbito da candidatura está prevista a criação de um arquivo digital “com toda a informação e documentação relativa ao culto” e a construção de “um museu interativo, em local ainda a designar” anunciou o coordenador da candidatura, Carlos Medeiros.

A pretensão de classificação do culto e devoção ao milagre da Nossa Senhora da Nazaré a Património Cultural Imaterial da Humanidade, da UNESCO, foi expressa num dossiê entregue ao Papa Francisco em novembro de 2018.

O levantamento e junção de elementos culturais ao processo conta com a participação da câmara e da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, da Secretaria da Cultura do Estado do Pará (Brasil), assim como cidadãos das comunidades onde existe o culto e a devoção, em particular dos locais onde se realizam alguns dos Círios mais importantes, como o Círio da Prata Grande e o Círio de Olhalvo (em Portugal) e o Círio de Belém do Pará (no Brasil).

Lusa

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