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Covid-19: Mercadorias travam a fundo e deixam transportadoras preocupadas com o futuro

As perdas do sector dos transportes de mercadorias atingem valores impensáveis há um mês.

Abertura do mercado

Os transportes rodoviários de mercadorias estão a sofrer um forte impacto na sua atividade desde que foi decretado o estado de emergência. As estimativas do sector apontam para 55% dos camiões nacionais parados e em meados deste mês a percentagem poderá ascender a 80%, com particular incidência no subsector dos combustíveis.

No distrito de Leiria, segundo duas das maiores transportadoras da região – a Transportes Central Pombalense (TCP) e a Machado & Brites – a quebra geral do volume de serviços e negócios é elevada e chega a atingir os 80% em alguns subsectores.

Com 358 trabalhadores e 299 viaturas para gerir, a TCP indica que as previsões para o primeiro trimestre deste ano, em comparação com o período homólogo de 2019, apontam para um decréscimo “superior a 20% no volume de serviços e de negócios”.

“No final de março, constatou-se uma viragem drástica do serviço internacional, com o encerramento de muitas empresas e a consequente queda do número de serviços, situação que continua a influenciar direta e negativamente o volume de vendas, com uma queda acentuada”, explica o gerente, Renato Neves.

No caso da Machado e Brites, registou “uma quebra acentuada no volume de negócios nos diversos sectores”, na segunda quinzena de março, em comparação com igual período do ano passado. “No transporte nacional, maioritariamente distribuição alimentar, no canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés), com o encerramento destes estabelecimentos, escolas e outros, verificou-se uma quebra na ordem dos 80% e nos restantes sectores uma redução de 25%”, segundo o sócio gerente, Armindo Brites.

Na área de negócio internacional, o transporte sob temperatura controlada, maioritariamente das áreas ‘pharma’ e alimentar, registou uma redução no volume de negócios de 15% e o transporte de carga geral regista uma descida de 50%, “em resultado do encerramento do sector industrial na Suíça, o principal mercado da empresa no exterior, em Itália e Espanha”.
Na TCP, “neste primeiro trimestre, apenas o transporte no sector alimentar (em frigoríficos) aumentou um pouco devido à procura crescente de bens alimentares nos super e hipermercados. Nos restantes sectores de atividade, sejam de produto acabado, matérias primas, ou materiais de construção, a procura diminuiu fortemente. Houve uma forte queda na importação e exportação de mercadorias, mas mais acentuada na importação”, diz Renato Neves.

A maior dificuldade que a empresa sente “é a escassez de serviços face à sua capacidade de resposta em termos de viaturas e motoristas, que se poderá traduzir em problemas de liquidez para fazer face aos custos internos.

Para que seja ultrapassada ou minimizada esta dificuldade, é preciso uma rápida redução de custos, na expectativa de que as empresas estejam encerradas ou em ‘lay-off’ o menor tempo possível”, adianta o gerente da TCP.

A Machado & Brites, que conta com 457 colaboradores e 443 equipamentos circulantes (com ou sem tração), aponta como principal dificuldade “a incerteza, traduzida na impossibilidade de tomada de decisões a curto/médio prazo e a necessidade de se adotar uma gestão do tipo “navegação à vista”.

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