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Cantinho dos Bichos

Associações da região temem aumento de abandonos no pós-pandemia

Em algumas associações as adoções foram suspensas durante o período de confinamento para evitar decisões “impulsivas ou pouco refletidas”.

Desde o início do ano e até ao final da primeira quinzena de abril registaram-se 13 participações por abandono de animais de companhia no distrito de Leiria, segundo dados da PSP e da GNR.

Até aqui os números podem não ser significativos, mas as associações de proteção animal temem que venham a aumentar quando a rotina regressar à normalidade.

Para Carla Lourenço, da Caldas da Rainha Associação Protectora dos Animais Abandonados (CRAPAA), o “maior receio” é que depois da pandemia possa haver múltiplas situações de desemprego ou quebra de rendimentos e “não havendo dinheiro para tudo, o primeiro a sair é o animal”.

O facto do período pós-pandemia poder vir a coincidir com as férias de verão acentua a preocupação, já que é uma altura conhecida pelo aumento de abandonos.

Por outro lado, Sandra Diniz, da Ajudanimal – Associação de Defesa dos Animais de Pombal, explica que a associação tem sido procurada por “muitas pessoas que agora estão sozinhas em casa e querem adotar um animal” mas que, quando regressarem à rotina e não tiverem tanta disponibilidade poderão recuar na decisão.

Ambas as associações mantém as adoções ativas e os adotantes passam por um processo para ajudar a identificar se a decisão é responsável ou não.

Mas há associações que optaram por suspender as adoções durante o período do estado de emergência (19 de março a 2 de maio). É o caso da Associação Zoófila de Leiria (AZL) que o fez para “evitar aglomerações” nas instalações e “adoções impulsivas ou pouco refletidas”.

Ana Morgado teme que os donos “não consigam lidar com o stress e ansiedade” que o animal pode desenvolver quando for retomada a rotina e ele não tiver a mesma atenção.

O Grupo Amigos dos Peludinhos de Alcobaça (GAPA) também interrompeu as adoções, mas Elisabete Rodrigues conta que têm recebido pedidos “às dezenas”, de quem “agora está em casa, com tempo, e os animais acabam por ser um motivo para saírem”. A responsável receia que com o regresso à normalidade haja uma “enxurrada de devoluções”.

Artigo publicado na edição de 30 de abril de 2020 do REGIÃO DE LEIRIA.

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