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Marinha Grande

Reunião marcada por solidão de vereadoras e canções da oposição

Música e polémica sobre forma de participação da vereação, marcaram a última reunião de Câmara da Marinha Grande

Duas vereadoras sozinhas numa sala e canções natalícias a criticar o Orçamento. O insólito aliou-se à pandemia e tomou conta da reunião do executivo municipal da última segunda-feira.

As reuniões de câmara, transmitidas pela internet, têm decorrido à distância por videoconferência. Na última segunda-feira, a reunião foi convocada para as instalações municipais, mas com a possibilidade de opção pela reunião à distância.

Reunião transmitida online, só teve a CDU em registo presencial

E à hora de arranque da reunião, apenas duas vereadoras da CDU – que têm defendido a possibilidade de reunir presencialmente com condições de segurança – estavam presentes no edifício da Resinagem, secretariadas por uma funcionária da autarquia e acompanhadas pela equipa técnica que assegura a transmissão online.

Os dois vereadores do MpM participaram por videoconferência, tal como os elementos da maioria PS. Os vereadores com pelouros executivos, optaram por acompanhar a reunião nos seus gabinetes, nas instalações vizinhas dos Paços do Concelho.

Lara Lino (CDU) lamentou o que considerou a “falta de respeito” pelo facto de a maioria não ter avisado que não estaria, presencialmente, na reunião, ao contrário do MpM que alertou que optaria por videoconferência. Terá sido “propositado para que eu e a vereadora Alexandra [Dengucho] caíssemos no ridículo”, admitiu, deixando o compromisso de continuar a participar presencialmente.

O prejuízo, explicou, é “para os munícipes” que acompanham uma reunião “mais dificultada”. “Estão a dez metros daqui, na Câmara, no ridículo caíram vocês”, acusou, por sua vez, Alexandra Dengucho, da CDU. A vereadora não terminou a sua intervenção sem ensaiar um momento musical.

À capela, socorrendo-se de uma melodia de natal, cantou críticas à falta de execução do Orçamento Municipal, cuja abstenção da CDU viabilizou dias antes: “Escolhemos a abstenção/ Porque a esperança é a última coisa a morrer/ E assim não vos damos razão/ Para nada fazer”.

Todavia, o número musical de Alexandra Dengucho pecou por falta de originalidade. Minutos antes, já Nuno Brito, vereador do MpM, introduzira a componente musical na reunião. Munido de uma guitarra, cantou, em jeito de mensagem de natal do movimento, que incluía o trecho: “O Orçamento, finalmente, está aprovado/ Vamos ver se será executado / O MpM incomoda/ Por falar verdade / Mas sempre que fala/ É para bem da cidade”.

As intervenções musicais podem ser ouvidas ao minuto 19 e ao minuto 34 do vídeo da reunião do executivo do passado dia 12

Os momentos musicais ainda arrancaram alguns sorrisos entre os socialistas, e aplausos na oposição. Os socialistas Carlos Caetano e Célia Guerra explicaram que o facto de participarem à distância se tratou de uma opção, mas Cidália Ferreira, presidente do município, não respondeu às objeções levantadas pela CDU.

Todavia, a crítica à invulgar prestação musical acabou por surgir. Numa intervenção posterior, a presidente de Câmara  acabou por expressar algumas dúvidas quanto “ao respeito” a que se presta o MpM quando “vem de guitarra para uma reunião de Câmara cantar as Boas Festas”.

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