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Marinha Grande

Jovens plantam 500 pinheiros-bravos na Mata Nacional de Leiria

Iniciativa integra o projeto “500 Magalhães” que assinala cinco séculos sobre a chegada às Molucas da frota comandada por Fernão de Magalhães.

fotografa de vários jovens no pinhal de leiria a plantarem pinheiros-bravos
Câmara Municipal da Marinha Grande

Uma ação de plantação de 500 pinheiros-bravos arrancou hoje na Mata Nacional de Leiria, no âmbito do projeto “500 Magalhães”, precisamente quando passam cinco séculos sobre a chegada às Molucas da frota inicialmente comandada por Fernão de Magalhães.

Ao longo desta semana, jovens de todo o país vão plantar 500 pinheiros-bravos naquela mata, no concelho da Marinha Grande, um por cada ano do V centenário da primeira viagem de circum-navegação.

Aos elementos que integram o projeto “500 Magalhães” são propostos desafios associados à valorização e sustentabilidade dos recursos naturais, para criar “Embaixadores da causa Magalhânica”.

Trata-se de uma iniciativa do Ministério do Ambiente e da Ação Climática e resulta de uma parceria entre a Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da primeira viagem de Circum-Navegação, o Instituto Nacional da Conservação da Natureza e das Florestas, a Câmara da Marinha Grande, a Associação Agir Pelo Planeta e a Marinha Portuguesa.

Na cerimónia de abertura do projeto, o presidente da Câmara, Aurélio Ferreira, salientou que a mata, também conhecida por Pinhal de Leiria ou Pinhal do Rei, “é um espaço natural intimamente ligado à era dos Descobrimentos, à extração de madeira para a construção das primeiras naus da Marinha Portuguesa”.

Aurélio Ferreira referiu-se depois aos incêndios de outubro de 2017, defendendo o “dever público” de tudo se fazer para devolver o legado do pinhal às gerações mais jovens.

O autarca elencou ainda a necessidade de a Marinha Grande ver concretizados “alguns dos seus projetos estratégicos, como é a efetivação do Museu Nacional da Floresta e dos Espaços Naturais, a recuperação da floresta multifuncional e, sobretudo, a devolução das zonas de lazer e recreio para usufruto da população local e do turismo”.

Já o presidente da estrutura de missão, José Marques, realçou o feito do navegador português Fernão de Magalhães.

“Deu-nos mais mundo, no fundo deu-nos a referência de que vivemos num mundo de diversidade humana, num mundo de diversidade natural, na casa da humanidade e 500 anos depois ainda não temos outra”, destacou José Marques.

O responsável disse ainda que hoje “é um dia muito especial”, porque “há 500 anos, finalmente, a expedição planeada e comandada por Magalhães chegou às Molucas, ao seu objetivo”.

Por seu turno, o presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Nuno Banza, assinalou que os jovens que integram o projeto “não mais se vão esquecer que tiveram um pequeno contributo para o restauro” do Pinhal de Leiria.

Nuno Banza declarou que, quatro anos volvidos sobre os incêndios, se tem feito muito, embora reconhecendo que a todos parece muito pouco.

“A escala da floresta não é a nossa escala temporal, mas isso não nos deve desanimar”, adiantou.

O secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional, Jorge Seguro Sanches, destacou, por sua vez, que a viagem de Fernão de Magalhães é “uma das melhores páginas” da História de Portugal, para depois realçar o papel das Forças Armadas, por exemplo no combate aos incêndios e à pandemia de covid-19.

No final da cerimónia, o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, abordou o investimento no setor e desafiou os jovens a enveredarem por cursos de silvicultura.

“Não temos infelizmente, e isso é, obviamente, um reflexo da forma como deixámos depreciar esta atividade tão nobre”, declarou.

O navegador português Fernão de Magalhães (1480-1521) notabilizou-se por ter organizado e comandado a primeira viagem de circum-navegação ao globo, ao serviço do rei de Espanha, alcançando o extremo sul do continente americano e atravessando o estreito que veio a ser batizado com o seu nome.

A viagem, a bordo da nau “Victoria, começou a 20 de setembro de 1519, em Sanlúcar de Barrameda (sul de Espanha), e terminou a 6 de setembro de 1522, no mesmo local.

O navegador não terminou a expedição, uma vez que morreu nas Filipinas, em 1521, aos 41 anos, pelo que a viagem seria concluída pelo navegador espanhol Juan Sebastián Elcano.

A Mata Nacional de Leiria, que ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande, tem 11.020 hectares. Nos incêndios de outubro de 2017, 86% da sua área ardeu, de acordo com o “site” https://mnleiria.icnf.pt/.


Secção de comentários

  • João Pedro disse:

    Só agora é que vão plantar 500 pinheiros? Foi pena o Magalhães não ter morrido á 5000 anos, sempre se via mais obra. Enfim é o que temos, um país sempre adiado e á espera de comemorações

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