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Saúde

ACeS PL retomou rastreio de saúde visual para crianças com 2 e 4 anos

O programa decorreu já este ano na Batalha, Marinha Grande, Porto de Mós e Pombal, e incide, em abril, em Leiria mediante convocatória.

O rastreio é realizado com um autorrefratómetro – com design atrativo e divertido – para recolha de imagens aos olhos de forma rápida, segura e indolor JOAQUIM DÂMASO

A Unidade de Saúde Pública do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal de Leiria (ACeS PL) retomou o Rastreio de Saúde Visual Infantil destinado a crianças nascidas nos anos de 2018 (com 4 anos de idade) e 2020 (2 anos).

O programa decorreu já este ano nos concelhos da Batalha, Porto de Mós e Pombal, abrangendo as crianças nascidas no primeiro semestre, e está a terminar na Marinha Grande. Durante o mês de abril, incide em Leiria e realiza-se mediante convocatória.

O rastreio, gratuito, visa a deteção precoce da ambliopia (diminuição da visão), que pode ser provocada por estrabismo (trocar os olhos), miopia (ver mal ao longe), hipermetropia (ver mal ao perto), astigmatismo (visão desfocada ao perto e ao longe) ou anisometria (diferença de graduação entre os olhos).

Segundo dados da USP, o rastreio, que, em 2020, abrangeu 813 crianças,permitiu identificar 151 (8,3%) com problemas de visão, e orientá-las para a consulta hospitalar de Oftalmologia.

O exame é feito por foto rastreio, “de uma forma rápida, segura e inofensiva, utilizando uma tecnologia inovadora, que permite identificar os fatores de risco capazes de provocar ambliopia, antes de ela se instalar ou numa fase muito precoce permitindo correção”, explica a USP.

A USP apela à participação das famílias que forem convocadas pelos seus centros de saúde, por considerar o programa essencial para a deteção precoce de fatores de risco de ambliopia, também conhecida por olho preguiçoso.

Os exames são realizados por enfermeiras com formação adequada, tendo o programa arrancado em 2019 nos cinco concelhos que integram o ACeS PL.

Rui Passadouro, delegado de Saúde do agrupamento, sublinha a mais-valia do programa para a saúde visual das crianças, frisando tratar-se de “um rastreio oficial, gratuito, promovido pelo Ministério da Saúde e com suporte técnico da Direção-Geral da Saúde” e reitera o apelo à participação.

Efetuado com recurso a um autorrefratómetro – aparelho com design atrativo e divertido para as crianças – o exame permite recolher imagens aos olhos de forma rápida, segura e indolor, enquanto a criança está ao colo dos pais.

As imagens captadas são posteriormente enviadas informaticamente para o hospital pediátrico para serem avaliadas por um oftalmologista. Se não for detetado qualquer problema, as crianças voltam apenas a ser chamadas para um novo rastreio aos 4 anos.

Já os casos positivos ou indeterminados de miopia (ver mal ao longe), hipermetropia (ver mal ao perto), estigmatismo (visão desfocada ao perto e ao longe) e anisometria (diferença de graduação entre os olhos) são referenciados para o Centro Hospitalar de Leiria, unidade de referência do ACES PL, para marcação de consulta.

Aquando do início do programa em 2019, a enfermeira Carla Santos reforçou a importância do diagnóstico precoce, com destaque para a anisometria, por ser a que “tem mais consequências para na vida futura” se não for tratada atempadamente.

“O olho cresce até aos 8 anos. No caso de uma criança ver 40% de um olho e 120% do outro e isso for apenas detetado aos 6/7 anos quando entra para a escola primária, o que é uma realidade comum porque um olho compensa o outro, sobra muito pouco tempo para trabalhar aquele olho. São crianças que mesmo com óculos nunca ficam a ver 100%”, alertava.

A enfermeira Dina Pascoal destacava por seu turno a importância de explicar aos pais que é possível reverter as alterações detetadas aos 2 anos, e que ambliopia é a “principal causa de perda da acuidade visual nos adultos”.

“No caso do estrabismo, por exemplo [que não integra o rastreio por ser visível], se atuarmos numa fase muito incipiente nós conseguimos reverter. A partir dos 4 anos é muito mais difícil e dos 6 já só com medidas corretivas”, sublinhava.

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