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Pedrógão Grande

Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande garante que vai continuar a ser parceiro exigente

Equipa de saúde mental comunitária/domiciliária Leiria Norte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra foi homenageada pela associação.

A presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) garantiu hoje, na sessão que assinalou os cinco anos sobre os fogos que deflagraram naquele concelho, que vai continuar a ser um parceiro exigente.

“[A associação] Continuará como um parceiro de reclamação, de exigência face às necessidades do território”, assegurou Dina Duarte, na sede da AVIPG, na freguesia da Graça, onde se juntaram diversas pessoas, incluindo vítimas, familiares e amigos de vítimas, e habitantes.

Antes, a dirigente destacou o trabalho da equipa de saúde mental comunitária/domiciliária Leiria Norte do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, que foi homenageada, recordando que está há 11 anos neste território.

“Muito obrigada por tudo o que fizeram pela nossa saúde, pela saúde comunitária”, disse Dina Duarte.

Emocionada, a coordenadora da equipa, Ana Araújo, agradeceu a homenagem e lembrou que no fim de semana dos incêndios acordou com um telefonema de um homem, que não sabe quem foi, que disse ‘doutora, é só para me despedir, vamos morrer todos’”.

“Um telefonema que nunca mais esqueci e, se calhar por isso, este nosso envolvimento, esta nossa necessidade de estar presente”, declarou, destacando a “preocupação do acompanhamento” das pessoas, “devolvendo o que foi dado” quando a equipa chegou à região, em 2011, o “grande acolhimento”.

Ana Araújo adiantou ter aprendido uma frase com os pacientes: “A vida era uma, sem eles é diferente, mas é uma vida que temos de continuar, guardando sempre as memórias”.

Já o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, António Lopes, expressou uma palavra às vítimas e outra de ânimo para os familiares, para depois referir que a equipa de saúde mental se tornou “parte integrante da vida de todos aqueles que, direta ou indiretamente, sofreram as consequências da tragédia”.

“É uma equipa que desenvolve um serviço inestimável ao concelho e à sociedade, que nos orgulha pela seu dedicação e empenho”, realçou António Lopes.

Por seu turno, o presidente do Município de Castanheira de Pera, António Henriques, reconheceu que a tragédia de há cinco anos evidenciou as fragilidades que já existiam neste território, na floresta e na demografia, e defendeu serem necessários “projetos muito estruturantes” para inverter o estado das coisas.

“Depois de 2017, queríamos que esse trabalho estivesse mais avançado nos territórios”, admitiu, defendendo a necessidade de “acelerar com os ‘dois pés’ para reverter” a situação.

Presente na sessão esteve ainda Domingos Xavier Viegas, um dos sócios fundadores da AVIPG, que coordenou o relatório encomendado pelo Governo “O complexo de incêndios de Pedrógão Grande e concelhos limítrofes”, na sequência destes fogos.

O investigador destacou o trabalho da associação no âmbito da preservação da memória das vítimas e da reivindicação de investimento para o território, considerando que se há um local no país onde devia ser feito alguma coisa no âmbito da melhoria da prevenção dos incêndios é nesta região.

Antes da sessão, fizeram-se 66 segundos de silêncio, no pátio da sede da AVIPG, a antiga escola da Figueira, onde estava uma bandeira de Portugal a meia haste, com Dina Duarte a explicar que é um segundo por cada vítima mortal, mas lembrando também os feridos graves e ligeiros e todos aquele que sofreram com aqueles fogos.

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