Assinar


Sociedade Exclusivo

Grandes dinossauros deixaram vestígios únicos em Pombal

Desde 1988 que Pombal é notícia por importantes descobertas paleontológicas. A mais recente, de 2022, revelou aquele que se acredita ser o maior braquiossauro encontrado na Europa.

Este verão trouxe mais uma grande novidade para enriquecer o património paleontológico de Pombal: a descoberta de um enorme braquiossauro, cujo esqueleto revela excelente estado de conservação CMP

“Dinossauro descoberto em Pombal pode ser um dos maiores do mundo”. “Fóssil de braquiossauro descoberto em Pombal será o maior da Europa”. A descoberta de um grande dinossauro em Pombal agitou o país no início deste agosto. Mas a ligação do concelho às mais importantes revelações paleontológicas não é de agora.

A mais recente campanha, realizada num local mantido em sigilo para não comprometer os trabalhos, dá continuidade à descoberta feita por acaso em 2012. Mas há um histórico muito relevante de três décadas de achados. Agora, foi revelada a ossada de um herbívoro de grandes dimensões, animal que os especialistas admitem ser o maior braquiossauro do Jurássico superior encontrado na Europa. A grande mais-valia são as condições de preservação: habitualmente é encontrado um osso isolado; em Pombal foi mostrado ao mundo um notável esqueleto em posição anatómica.

Um dos primeiros registos da relevância paleontológica do concelho remonta a 1988, quando o proprietário de um terreno agrícola encontrou na aldeia de Andrés várias ossadas. A investigação avançou e, em 2005, foi anunciada a descoberta de ossos de Allosauros fragilis, espécie de dinossauro carnívoro, até aí apenas identificada nos Estados Unidos da América. Era uma prova extraordinária da ligação entre Europa e América, que permitia há milhões de anos a circulação entre os continentes. Em 2010, num balanço da quarta campanha de escavações em Andrés, o investigador do Museu Nacional de História Natural e da Ciência (MNHNC), Pedro Dantas, considerou o local “um dos mais importantes da Europa Ocidental”.

Ali perto, na Junqueira, na antiga freguesia de Santiago de Litém, a história repetiu-se em 2015: trabalhos agrícolas puseram à vista vestígios que uma equipa do MNHNC identificou como restos de um saurópode, mas também de tartarugas e crocodilomorfos.

Em 2017, novos trabalhos em Pombal levaram investigadores a Monte Agudo e os resultados confirmaram “o elevado potencial paleontológico e interesse científico da região para o conhecimento dos ecossistemas com dinossauros em Portugal do final do Jurássico”, vincou então Elisabete Malafaia, paleontóloga no MNHNC.

As descobertas recentes elevaram ainda mais a importância de Pombal. Na sequência da descoberta do grande saurópode, a Câmara de Pombal admitiu vir a criar um núcleo museológico associado à ciência da paleontologia no concelho.

Deixar um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos relacionados

Subscreva!

Newsletters RL

Saber mais

Ao subscrever está a indicar que leu e compreendeu a nossa Política de Privacidade e Termos de uso.

Artigos de opinião relacionados