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Sociedade

Região de Leiria considera que é tempo de Estado assumir posição sobre Museu da Floresta

Projetado para a Marinha Grande, o Museu Nacional da Floresta foi criado em lei em 1999.

A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) considera que é tempo de o Estado assumir uma posição sobre o Museu Nacional da Floresta, uma das seis medidas prioritárias para esta estrutura no âmbito do Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

“A CIMRL entende que é tempo para o Estado português, através do Governo e da Assembleia da República, assumir uma posição definitiva sobre a instalação e financiamento do Museu Nacional da Floresta, um importante objetivo indissociável da recuperação do Pinhal de Leiria e da valorização do conhecimento, memória, património natural, físico e imaterial da floresta portuguesa”, refere um documento da CIMRL ao qual a agência Lusa teve hoje acesso.

Projetado para a Marinha Grande, o Museu Nacional da Floresta foi criado em lei em 1999.

A Mata Nacional de Leiria, também conhecida por Pinhal de Leiria ou Pinhal do Rei, ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande e tem 11.021 hectares. Os incêndios de outubro de 2017 destruíram 86% da sua área.

No mesmo documento, a CIMRL defende igualmente que a primeira fase da linha ferroviária de alta velocidade “deve incluir, também, a construção do centro intermodal/estação de Leiria, de apoio a esta linha de alta velocidade para passageiros e enquadrado na requalificação da linha do Oeste”.

Ainda no âmbito das acessibilidades, a Comunidade Intermunicipal reitera a necessidade de “conclusão dos investimentos previstos no Plano Rodoviário Nacional, com especial ênfase nas intervenções nas principais ligações rodoviárias dos seus territórios”, como os itinerários complementares 8 (Pombal-Avelar) e 9 (este com ligação à Autoestrada 1), e a requalificação da Estrada Nacional 1 (Leiria-Pombal).

No que respeita à instalação de um ‘hub’ logístico em Leiria, “com vocação para empresas exportadoras e mercado ibérico”, a CIMRL reclama “condições de apoio e financiamento, no âmbito das políticas públicas de caráter empresarial e da dinamização das políticas regionais de mitigação das carências de infraestruturas e reforço dos serviços de apoio à internacionalização e competitividade das empresas”.

Ao nível do ambiente, a CIMRL quer o reforço de apoios a “projetos inovadores de tratamento e valorização de resíduos de efluentes” da atividade agropecuária que, “neste momento, constituem graves problemas ambientais, para desenvolvimento de novos produtos, como biofertilizantes sólidos e líquidos, rações para animais, produção de energia e eco materiais”.

Ainda nesta área, pede o reforço da “dotação do Fundo Ambiental para os investimentos ao nível da descarbonização dos transportes públicos e transportes de mercadorias, seja por via do incremento da transição para veículos ambientalmente mais sustentáveis (com recurso ao hidrogénio verde), seja através da implementação de corredores verdes”.

Já no âmbito da saúde, a CIMRL propõe a criação da Unidade Local de Saúde de Leiria, acreditando que tal pode melhorar o funcionamento da prestação de cuidados de saúde na região de Leiria e noutras áreas de influência do Centro Hospitalar de Leiria.

À agência Lusa, o vice-presidente da CIMRL Jorge Vala, que também é presidente da Câmara de Porto de Mós, esclareceu que se trata de questões essenciais e que não têm tido resposta, exemplificando que, no caso da linha de alta velocidade, a primeira fase “deve incluir, também, a construção do centro intermodal” de Leiria.

“Já tivemos a resposta que não, mas temos de continuar a insistir”, declarou, considerando, por outro lado, que “ter, em paralelo, uma linha de alta velocidade e continuar com a linha do Oeste como está” não faz “muito sentido”.

Jorge Vala reconheceu que a CIMRL continua a insistir com o Plano Rodoviário Nacional, lamentando que não tenha sido incluído no Plano de Recuperação e Resiliência, e sobre o ‘hub’ logístico frisou que “Leiria tem uma centralidade única”.

Sustentando que as seis medidas prioritárias se inscrevem na “defesa de uma verdadeira política de desenvolvimento regional que carece de níveis de financiamento adequados”, a CIMRL vai enviar o documento ao Governo e aos partidos com assento na Assembleia da República.

A CIMRL integra os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.

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