Assinar


Saúde

Municípios do norte do distrito não integram Unidade Local de Saúde da Região de Leiria

Castanheira de Pera, Alvaiázere, Pedrogão Grande, Figueiró dos Vinhos e Ansião irão continuar a encaminhar os utentes para os hospitais de Coimbra.

Os municípios de Alvaiázere, Ansião, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, no norte do distrito de Leiria, não vão integrar a Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria, foi hoje anunciado.

“(…) Conclui-se que os cinco municípios do norte do distrito, portanto, Castanheira de Pera, Alvaiázere, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Ansião, continuam como estão até agora, a drenar [os utentes] para os hospitais de Coimbra, não integrando esta ULS”, disse à agência Lusa o vice-presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) Jorge Vala, após uma reunião desta entidade em Alvaiázere.

A 9 de dezembro, o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, determinou a criação de um grupo de trabalho que tem como missão elaborar o plano de negócios da futura ULS da Região de Leiria.

Na deliberação, lê-se que a abordagem do grupo de trabalho “deve definir a reorganização da arquitetura orgânica das instituições do SNS que passam a assumir a resposta assistencial ao nível dos cuidados de saúde primários e cuidados hospitalares de forma integrada”, de acordo com o modelo de ULS consagrado no diploma de agosto que aprova o Estatuto do SNS.

“O plano de negócios deverá incluir a análise dos impactos clínicos e financeiros desta nova forma de organização, assegurando os ganhos em saúde gerados pela integração de cuidados, pela proximidade de decisões, pelo incremento da autonomia da nova instituição, promovendo os cuidados de saúde primários como a base do sistema, fornecendo os meios e os recursos necessários para a sua missão”, lê-se no documento.

Ainda segundo a deliberação, o plano de negócios deve ter, por exemplo, a descrição da área de influência direta e indireta, e a análise do perfil assistencial e os meios técnicos e humanos dos agrupamentos de centros de saúde e entidades hospitalares a integrar na futura ULS da Região de Leiria.

O posicionamento estratégico da nova entidade, a análise económico-financeira e as vantagens do novo contexto versus a realidade anterior, os ganhos em saúde e investimentos são outros dos elementos que o plano deve contemplar.

O gestor deste processo é o presidente do conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), Licínio de Carvalho.

Jorge Vala, também presidente da Câmara de Porto de Mós, esclareceu que Ourém (Santarém), Alcobaça e Nazaré, cujos utentes são reencaminhados para o Hospital de Santo André, em Leiria, aceitam integrar este processo da ULS da Região de Leiria.

O autarca adiantou que no dia 10 de janeiro a CIMRL vai receber Licínio de Carvalho, para perceber o que está implícito.

“Este é um processo que, decorrendo de uma forma normal, poderá, eventualmente, dentro de algum tempo ter aqui já respostas mais concretas, porque, da parte dos municípios, para além desta decisão, não foi tomada outra”, referiu.

Questionado se os municípios ou a CIMRL deveriam integrar este grupo de trabalho, Jorge Vala notou que aquele é, “aparentemente técnico, para avaliar custos, orçamentos e, eventualmente, decisões internas da parte da saúde”.

“A legislação prevê a integração dos municípios no modelo de gestão e, portanto, nós ficamos a aguardar quais são os resultados e, sobretudo, a bondade deste processo face àquilo que são as fragilidades – e são muitas – do SNS no que diz respeito à nossa região”, acrescentou.

Em outubro, a CIMRL anunciou que iria propor à tutela a criação de uma ULS, que “se acredita vir melhorar o funcionamento da prestação de cuidados de saúde na região de Leiria e demais áreas de influência” daquela unidade de saúde.

Na ocasião, um memorando da comunidade intermunicipal explicou que, na sequência de uma reunião com a administração do CHL, “foi evidenciada a dificuldade de articulação e otimização dos serviços de saúde à escala da área de influência”, com “reflexos ao nível dos serviços de urgência hospitalar e, também, ao nível da afetação de recursos e especialidades no território de intervenção do CHL”.

A CIMRL engloba os municípios de Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós.

O CHL tem como “área de influência a correspondente aos concelhos de Batalha, Leiria, Marinha Grande, Porto de Mós, Nazaré, Pombal, Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Ansião, Alvaiázere, Ourém e parte dos concelhos de Alcobaça e Soure, servindo uma população de cerca de 400 mil habitantes”. Além do hospital de Leiria, fazem parte do CHL os hospitais de Alcobaça e de Pombal.

Deixar um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos relacionados

Subscreva!

Newsletters RL

Saber mais

Ao subscrever está a indicar que leu e compreendeu a nossa Política de Privacidade e Termos de uso.

Artigos de opinião relacionados