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Festival Música em Leiria “mais rico” em edição sem apoio à DGArtes

O festival do Orfeão teve de fazer nova prova de vida e apelar à solidariedade dos parceiros. Até 23 de abril, o programa da 41ª edição chega a Leiria, Marinha Grande, Pombal, Batalha e Ourém.

O diretor artístico do festival, António Vassalo Lourenço (à esquerda, na foto), promete uma edição recheada de “grande música de tradição europeia ocidental” mas, também “do que é novo, o que se está a fazer agora, tanto da composição musical como das novas produções”. Já a vereadora da Cultura destacou na apresentação o festival como “a marca mais importante” da cultura de Leiria”. “É talvez o festival de música mais antigo do nosso país mas tem uma tradição que é moderna, que acompanha o que é o contemporâneo. É um festival com futuro”, destacou Anabela Graça Joaquim Dâmaso

Da percussão feita com lixo em “Trash!” a abrir ao jazz sinfónico de Maria Mendes e da Filarmonia das Beiras a fechar, entre 17 de março e 23 de abril há muito Música em Leiria na 41ª edição do festival organizado pelo Orfeão de Leiria. A programação integra música de câmara, setecentista e contemporânea, o “Requiem” de Gabriel Fauré ou “Romeu e Julieta” dançado pelo Quorum Ballet.

Depois de ter resistido a dois anos de pandemia, o festival faz nova prova de vida em 2023, superando um revés que o presidente do Orfeão, Vítor Lourenço, admite ser “nada agradável”: pela primeira vez perdeu o apoio da Direção-Geral das Artes (DGArtes). “São 40 edições ininterruptas do festival. Não fazia sentido [parar], nem que tivesse de ter um cunho diferente e eventualmente mais pequeno. Mas não, ele cresceu”, notou Vítor Lourenço segunda-feira, na revelação da programação do 41º Música em Leiria. É que além dos 17 espetáculos principais, é lançado o Ciclo de Órgão de Leiria, que surge já entre os dias 10 e 12 de março, naquilo que será “a pré-abertura do festival”.

Ainda desconcertado com a decisão do júri do concurso da DGArtes – “metade dos nossos concertos são feitos por entidades que foram apoiadas pelo Ministério da Cultura, o que significa que o festival tem qualidade” -, Vítor Lourenço realça que a dinâmica do Orfeão “não pára porque alguém parou”.

A falta de apoio do Estado tornou a concretização do festival “num desafio maior”, mas foi possível concretizar “integralmente tudo o que estava previsto”. E até ir mais longe: “Nos últimos anos, se calhar [este] é o festival mais rico que temos, em diversidade, em contemporaneidade, em inovação e em criação também”.

Em 2023, o Música em Leiria sem dinheiro da DGArtes é possível porque “houve uma reação solidária com o Orfeão de todos os nossos parceiros e instituições da região”, casos “da CIM [Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria], municípios, freguesias e empresas”.

“Felizmente toda a gente tem a noção da importância do Orfeão para a afirmação regional”, nota o presidente da instituição, lembrando o esforço na procura de “mais apoios de base local e regional”. Isso permitiu manter “o nosso festival autónomo e independente desses processos concursais”. Por isso, já a partir de 10 de março, siga a música.


Secção de comentários

  • Maria Deus Repolho disse:

    É lamentável a cultura ter sofrido mais uma machadada! Apoios só para TAP , bancos que nos roubam à descarada, corrupção em imensas áreas… Não há dinheiro para Apoio à cultura ???????

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