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Sociedade

“Igreja não tem portas para que todos possam entrar”, diz Papa em Fátima

Cerca de 200 mil pessoas acompanham a segunda visita do Papa Francisco a Fátima.

Foto: Santuário de Fátima

O Papa Francisco disse hoje, em Fátima, que “a Igreja não tem portas para que todos possam entrar” e reafirmou que é um espaço para todos.

“A Capelinha onde nos encontramos constitui uma bela imagem da Igreja, acolhedora, sem portas. A Igreja não tem portas para que todos possam entrar. E aqui, também, podemos insistir que todos podem entrar, porque esta é a casa da Mãe”, disse Francisco, referindo que “uma Mãe tem sempre o coração aberto, para todos os filhos, todos, todos, todos, sem exceção”.

Na quinta-feira, na cerimónia de acolhimento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, Francisco afirmou que “na Igreja há espaço para todos”.

“Amigos, quero ser claro convosco, que sois alérgicos à falsidade e à palavra vazia. Na Igreja, há espaço para todos, para todos. Na Igreja, ninguém sobra, ninguém está a mais, há espaço para todos, assim como somos”, declarou o líder da Igreja Católica, no Parque Eduardo VII.

Bispo José Ornelas evoca Ucrânia e abusos em saudação ao Papa

O bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) evocou hoje a guerra na Ucrânia, para sublinhar que o Santuário de Fátima se identifica profundamente com as preocupações de paz do Papa Francisco.

No final da recitação do terço com jovens reclusos e deficientes, na Capelinha das Aparições, José Ornelas, dirigindo-se a Francisco, afirmou juntar-se à oração do Papa pela paz, com a qual o Santuário “se identifica, tendo particularmente em atenção a guerra na Ucrânia e em tantos outros focos de conflito no mundo, que atingem dramaticamente a vida e o futuro, sobretudo das crianças e dos jovens”.

“A nossa oração inspira-se também no cuidado materno da Mãe de Jesus, aqui revelado para com três crianças, pastorinhos simples e pobres, durante uma guerra sangrenta e uma pandemia que vitimou duas delas [Jacinta e Francisco], animando-as, no meio do sofrimento e fazendo nascer no coração delas a união a Jesus e a esperança, até à vida sem limites junto de Deus”, disse o presidente da CEP.

De seguida, o bispo de Leiria-Fátima não deixou de fora uma referência ao problema dos abusos de menores, tema que tem pairado também sobre estes dias da Jornada Mundial da Juventude, que no domingo termina em Lisboa.

“Rezamos particularmente com e pelas crianças e jovens vítimas da doença, da pobreza, da fome, de todo o tipo de conflito, dos abusos, das injustiças e da exclusão dos mais frágeis”, disse Ornelas, assegurando: “Consigo oramos, e orando levantamo-nos do nosso comodismo e da nossa indiferença, como nos ensina Maria, nesta JMJ, celebrando a alegria de sermos Igreja que sonha, particularmente com os seus jovens”.

O Papa Francisco está hoje pela segunda vez em Fátima, depois de, em 2017, ter presidido, no santuário da Cova da Iria, à cerimónia de canonização de Jacinta e Francisco Marto e às cerimónias do centenário das “aparições”.

Esta segunda vista do pontífice argentino insere-se na sua deslocação a Portugal, onde chegou na quarta-feira para participar na Jornada Mundial da Juventude, que junta jovens de todo o mundo em Lisboa.

A JMJ termina no domingo, dia em que o Papa regressa ao Vaticano.

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