Os vidreiros das empresas Gallo Vidro e Santos Barosa, pertencentes ao Grupo Vidrala, da Marinha Grande, retomam hoje a paralisação, que se estenderá até ao dia 15.
A greve foi convocada pela Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (FEVICCOM) na sequência da inflexibilidade e indisponibilidade negocial da administração do grupo, que voltou a recusar uma reunião proposta pelos sindicatos.
Já havia sido realizada uma primeira greve entre os dias 25 e 29 de março, que contou com a adesão de 900 trabalhadores.
A greve retoma hoje às 21 horas, na Gallo Vidro, e termina às 5 horas de domingo. Na Santos Barosa, o protesto começa às 5 horas do dia 14 de abril e termina às 5 horas do dia seguinte. Os trabalhadores vão concentrar-se junto às fábricas, dia e noite, como forma de protesto contra o que consideram ser uma “situação insustentável”.
Em comunicado, a FEVICCOM declara que aumentaram “a produção de garrafas no dobro, no espaço de dois anos, com o mesmo número de trabalhadores”, no entanto, “o absentismo triplicou devido à exaustão, cansaço e acidentes de trabalho”.
A mesma fonte denuncia o ambiente de trabalho tóxico, as “temperaturas de zonas de trabalho acima dos 55 graus centígrados, ruído acima dos 105 dB, o ar impregnado de vapores de produtos químicos e óleos, incêndios em que somos a primeira linha de intervenção, queimaduras, entalamentos e esmagamentos de membros, doenças profissionais”.
A paralisação ocorre dias após a publicação de uma notícia onde a administração do Grupo Vidrala afirma que o salário médio bruto dos trabalhadores ultrapassa os dois mil euros mensais. A FEVICCOM discorda, mencionando que, apesar dos lucros recorde em 2024, os trabalhadores continuam a ser alvo de desrespeito e desconsideração.
O sindicato mostra-se disponível para dialogar, mas garante que os protestos continuarão enquanto não forem atendidas as exigências mínimas de dignidade laboral.