A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa (STBB) revelou que o processo da Dielmar fica numa “situação difícil”, após a empresa de Leiria Outfit 21 ter retirado a sua proposta de compra.
“Nós tivemos a informação, por parte do administrador [da insolvência] que comunicou à comissão de credores, que efetivamente o apoio [bancário] da qual a Outfit 21 estava à espera tinha sido recusado e retiraram a proposta. Perante essa situação, como é óbvio, ficamos aqui numa situação difícil, porque, na prática, deixam de existir propostas concretas”, afirmou na quinta-feira, dia 4, Marisa Tavares.
O sindicato não se pronunciou a propósito desta proposta dos 10 milhões de euros, referindo-se apenas à intenção da empresa de Leiria.
A possibilidade de aumentar a capacidade produtiva, para responder ao grande acréscimo da procura, estava na base da proposta que a Outfit 21 apresentou para a aquisição da Dielmar, uma empresa têxtil de Castelo Branco que está falida e tem 245 trabalhadores à espera de uma solução.
“A ideia é termos mais uma unidade de produção, para podermos dar resposta à carteira de encomendas. A nossa proposta surge como uma oportunidade de podermos, de uma forma rápida, responder ao mercado”, explicou em outubro ao REGIÃO DE LEIRIA o administrador da empresa de Leiria, Mário Gaião.
A proposta de aquisição resultava “essencialmente da necessidade de crescer a capacidade produtiva, insuficiente na unidade do Arrabal, por falta de mão de obra na região, e não tanto de uma questão sentimental ou relacionada com a marca Dielmar”, adiantou então Mário Gaião, antigo diretor de produção da empresa de Castelo Branco.
A aquisição “resolveria as necessidades da Outfit 21 e garantia a manutenção da Dielmar e dos postos de trabalho em Castelo Branco”. No caso da expansão da empresa de Leiria, se não for esta, “terá de ser encontrada outra solução do género”.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>Fundada em 1965, em Alcains, no concelho de Castelo Branco, por quatro alfaiates que uniram os seus conhecimentos, a Dielmar pediu a insolvência ao fim de 56 anos de atividade, uma decisão que a administração atribuiu aos efeitos da pandemia de Covid-19.
A Dielmar pediu a insolvência no passado dia 2 de agosto, tendo o Juízo de Comércio do Fundão da Comarca de Castelo Branco declarado a insolvência da empresa no dia seguinte.
Em 26 de outubro, a assembleia de credores da Dielmar decidiu agendar uma nova reunião para o dia 10 de novembro, para que a comissão de credores discuta as duas propostas existentes, uma das quais de 10 milhões de euros.
A assembleia de credores, que decorreu no Tribunal do Fundão, foi surpreendida nesse com a divulgação dos pormenores de uma das duas propostas existentes e que envolve um total de 10 milhões de euros e que abrangem a totalidade dos ativos da empresa.
Com Lusa