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Crónica irregular: Recuperar a esperança

Os últimos dias têm sido marcados por um aumento da crispação. Nunca se falou tanto em convergência e em diálogo.

Amílcar Coelho, presidente da UGT União de Leiria amilcarcoelho@gmail.com

Os últimos dias têm sido marcados por um aumento da crispação. Nunca se falou tanto em convergência e em diálogo. Mas o “social” ferve a bom ferver! Mais de um milhão e meio de pessoas no desemprego; quase meio milhão a tentar sobreviver, desesperadamente!

Foi neste clima que tivemos mais um “1º de Maio”. Tal data devia significar festa, comemoração. Uma jornada de expansão do trabalho, das virtudes de regeneração que não se confinasse apenas aos valores clássicos (liberdade, igualdade e fraternidade), mas também aos novos valores da pessoa humana (desenvolvimento, solidariedade…).

É cada vez mais difícil encontrar alguém indiferente à tragédia do tempo presente. Deste ou daquele modo, na inquietação dos dias que passam, os dentes aguçados da crise não deixaram ninguém por atingir. Assim, falar de mais um “1º de Maio” é evocar a mobilização e o combate. “Quando Maio chegar, quem não lavrou há-de lavrar.” Enquanto as condições precárias e difíceis da liberdade o permitirem, é a hora de respondermos com firmeza às ofensivas do desmantelamento do Estado Social, do Emprego e do Trabalho. “Maio que não der trovoada, não dá coisa estimada”. Com os últimos cravos de Abril, precisamos de plantar um Maio florido, de compromisso e esperança. Porque só um Maio desses nos libertará das amarras da pobreza e do egoísmo da Europa dos ricos!

(texto publicado a 2 de maio de 2013)