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Hoje escrevo assim: Cordas

Ligo o computador e “espreito” pela janela do facebook e vejo o “mundo” lá fora.

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Ana Lúcia Bento, empresária ana.bento@inoeh.pt

Domingo de manhã.

Ligo o computador e “espreito” pela janela do facebook e vejo o “mundo” lá fora. Há corridas, restos de noite, pequenos almoços de revista, desabafos, gargalhadas, imagens tristes, outras que nos confortam. Há vida “lá fora”… penso.

Continuo a “espreitar” à janela. Há uma imagem que se repete nestas “vidas” que desfilam diante dos meus olhos. Fixo a imagem de um menino de olhar doce. É um vídeo. Clico no play…

Durante 9 minutos fico suspensa em “Cordas”, uma curta metragem espanhola de animação que ganhou o Prémio Goya 2014, realizada por Pedro Solís.

Maria é uma doce menina que vive num orfanato e que criou uma relação muito especial com um novo amigo da turma que sofre de paralisia cerebral.

Um filme de corações grandes que nos faz sentir pequenos.

São 9 minutos de sorrisos que nos amarram. São 9 minutos de gestos que deviam ser de todos nós. São 9 minutos de puro amor que podem mudar uma vida inteira.

São 9 minutos que nos interrogam sobre o que fazemos pelos que são diferentes, que nos fazem refletir sobre os nossos filhos, na forma como os educamos numa geração que desejamos que cresça com o mesmo coração daquela menina de olhar doce.

Que Maria seja a “corda” que nos prende ao desejo de ser melhor.

(texto publicado na edição de 27 de fevereiro de 2014)