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Hugeek: Não és out-of-the-box?!

Que pressão é esta de toda gente ter que pensar out-of-the-box?

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Hugo Menino Aguiar, presidente da Associação Fazer Avançar hma@fazeravancar.org

Que pressão é esta de toda gente ter que pensar out-of-the-box? O mundo bem que precisa de pessoas criativas, inovadoras, pessoas que questionem e procurem soluções novas para problemas sociais ou para desafios no mundo empresarial. No entanto, esta massificação da mensagem “tens que ser original e out-of-the-box” assusta, coloca pressão e ainda nos faz pensar que valemos menos por não saber como resolver o problema da fome no mundo ou como criar o próximo Facebook.

Se observarmos alguns exemplos de empresas inovadoras que têm mudado o mundo e se analisarmos as competências das equipas, verificamos que é preciso fazer bem mais barulho e propaganda para que se criem perfis híbridos: pessoas metódicas que liguem ao detalhe, pessoas capazes de se auto motivarem, pessoas responsáveis com brio e ética no que fazem, pessoas humildes que tenham vontade de aprender todos os dias. Ainda são umas quantas características, a boa notícia é que são competências que podem ser adquiridas com treino.

Esta sensação de “não consigo nem vou conseguir ser assim” não é justa: nem tu, nem eu temos de sentir esta pressão para salvar o mundo com uma ideia rebuscada out-of-the-box. Tu podes comer fondue de queijo e eu frango com as mãos, tu podes salvar o mundo e eu posso ajudar o clube da minha aldeia. E sabes que mais? Bate certo e não há problema nisto.

O importante é que nem tu nem eu andemos a desculpar-nos com tudo e todos para não fazer nada. Garante no clube da aldeia, na associação com a qual te identificas, ou no negócio onde trabalhas o teu contributo. É esse teu esforço individual que faz a diferença tenhas 15 ou 90 anos. E se quiseres sonha alto e partilha, pois há uns quantos como tu e assim expandes o potencial coletivo. Há, claro resistência à mudança, especialmente quando mostras que acreditas, experimentas e arriscas. Mas apaixona-te pelo teu contributo – essa é a meu ver uma forma de felicidade. Paixão traduzida em medo, sonho, dinamismo e criatividade. Abraça o turbilhão de sentimentos, os percalços e desafios e vais com certeza fazer avançar.

(texto publicado na edição de 1 de agosto de 2013)