A comida, os hóteis, as oportunidades de viagem e a oferta de gadgets são tudo verdades na Google. Quem está nos quadros da empresa tem acesso a isso e muito mais e ainda bem! No entanto, há coisas que são fundamentais e que não são tão faladas.
Quando entrei na Google estava convencido que ia ter que lutar por ter ownership de algumas iniciativas e responsabilidades na equipa – enganei-me. Na verdade, não tive que lutar por esse ownership: na terceira vez que falei com a minha manager, ela disse-me que tínhamos que apresentar o nosso trabalho e plano para a América Latina e que eu tinha que me preparar porque iria fazer essa viagem e fazer a apresentação. Ora, a minha manager não sabia que competências de comunicação é que eu tinha, nem nunca me tinha visto fazer algo do género. A apresentação era para colegas da Google mas também estariam presentes diretores da América Latina e América do Norte. Eu estava (como é que digo isto sem parecer muito mal?), borradinho. Ela falou comigo sobre a apresentação antes de eu ir, mas nem olhou para o documento. É claro que, com o peso da responsabilidade só tinha uma hipótese, garantir que fazia tudo certo e deixava a minha equipa (e eu próprio) bem na fotografia. Este é apenas um exemplo mas há dezenas deles.
Cresci na Google pelo facto de estar sempre focado em ter sucesso nas responsabilidades que me iam sendo dadas. Responsabilidades em vez de trabalhos, o que é bem diferente. Mas há mais: a Google preocupou-se com o meu crescimento e garantiu que o fazia ao longo do tempo. Não demorou muito para me perguntarem quais os meus sonhos de carreira e ajudarem-me a fazer um plano focado no desenvolvimento das competências que não tinha mas que precisava de ter para um dia conseguir estar onde ambicionava.
Garantir desafios, responsabilidades por iniciativas extraordinárias e foco no crescimento dos colaboradores motiva, cria lealdade, confiança e inspira a ação.
(texto publicado na edição de 13 de março de 2014)
Marcos disse:
Grande Hugo!! és um exemplo!
um abraço