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Tempo incerto: O IAVE

Todos os anos milhares de estudantes aguardam, com graus diferenciados de preparação e ansiedade, os exames nacionais.

redacao@regiaodeleiria.pt

Todos os anos milhares de estudantes aguardam, com graus diferenciados de preparação e ansiedade, os exames nacionais. Os resultados, como em anos anteriores, não têm sido famosos. Alunos e professores, mais uma vez, foram apanhados de surpresa com as alterações produzidas no modelo de prova de exame de diferentes disciplinas pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), a entidade responsável pela elaboração e classificação das provas.

O IAVE gosta de surpreender e de alterar as regras, sem aviso prévio, fazendo tábua rasa do trabalho desenvolvido ao longo do ano. Na generalidade das escolas, os professores respeitam as orientações emanadas da Instituição e desenvolvem instrumentos de avaliação, sobretudo nos anos terminais, assentes na matriz e nos critérios de classificação dos exames nacionais das diferentes disciplinas, realizados em anos anteriores.

Ao longo do ano lectivo, os professores deram a conhecer aos seus alunos as informações emanadas do IAVE, aconselharam-nos a consultar a respectiva página digital, elaboraram testes com uma matriz e questões semelhantes às das provas dos exames nacionais e utilizaram os mesmos critérios de classificação e correcção. No fundamental, procuraram ensinar e preparar os alunos para o exame, o que para muitos é uma heresia, sobretudo para o IAVE.

O IAVE adora introduzir novidades, experimentar, baralhar e dar de novo. Os professores com mais anos de prática, não deixam de alertar os seus alunos: olhem que isto costuma ser assim…mas com o IAVE nunca se sabe! E não se sabia.
O IAVE , de novo, alterou a estrutura dos modelos de prova, cotações e critérios de classificação, em várias disciplinas. Surpreendeu tudo e todos, o que para o IAVE é um modo de estar.

Uma instituição que se levasse a sério podia ter informado atempadamente professores e alunos sobre as alterações que ia produzir nos modelos de prova de exame nacional. Podia, por exemplo, ter dado a conhecer que, em algumas provas de exame, como a de História, a questão de desenvolvimento deixava de valer cinquenta pontos para passar a valer vinte.
Habituado a passar incólume entre os pingos de chuva, para o IAVE tratou-se apenas de “ajustamentos”, sem “mudança nos processos de ensino e de aprendizagem”, o que não “implica informação prévia.”

Escrito de acordo com a antiga ortografia

(Artigo publicado na edição de 26 de julho de 2018)