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Vista direita: 112 é urgente

Não faço ideia do número de óbitos causados por esta medida ou quantas pessoas ficam com graves sequelas decorrentes de atendimento tardio. Mas sei que se impõe que de imediato se corrija.

Domingos Carvalho, membro da Assembleia Municipal de Leiria domjcarvalho@gmail.com

Não faço ideia do número de óbitos causados por esta medida ou quantas pessoas ficam com graves sequelas decorrentes de atendimento tardio. Mas sei que se impõe que de imediato se corrija.

Quando ligamos 112 a nossa chamada é atendida em Lisboa. O que gera situações que se não jogassem com a saúde, a vida ou bens seriam ridículas. Há topónimos que se repetem em diferentes lugares e sendo este serviço muito utilizado por pessoas de mais idade, identificar o lugar exato onde o socorro deve ir nem sempre é fácil. O normal é que se tentem indicar referências (a seguir à fonte à direita, ao lado da capela, etc.) que encurtariam o tempo de chegada. Aí “leva-se” com a resposta, irritante mas lógica, que diz: “Não vale a pena explicar porque eu estou em Lisboa. Não faço ideia do que está a dizer…”.

E a coisa não fica por aqui. Essa central telefónica, de acordo com um qualquer critério – racional, não duvido – comunica a uma das entidades de socorro regional. Que pode ser a que está mais longe do local da ocorrência, o que leva a que os tempos de chegada do socorro possam aumentar dramática e decisivamente.

Por isso já sabe. Se tiver que ligar o 112, logo depois ligue para os bombeiros mais próximos. Senão vá ao café, leia o jornal. Tem tempo de sobra. A vítima é que talvez não tenha…

E pela demora não culpe quem acorrer. Eles foram à lufa-lufa. Souberam foi tarde…

(texto publicado na edição em papel de 6 de julho de 2012)