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Vista direita: (In)Constâncio

Vi uma parte da inquirição a Vítor Constâncio no affair BPN. Não consegui ver tudo. Enjoei! Fiquei com azia!

Domingos Carvalho, membro da Assembleia Municipal de Leiria domjcarvalho@gmail.com

Vi uma parte da inquirição a Vítor Constâncio no affair BPN. Não consegui ver tudo. Enjoei! Fiquei com azia! Mas acima de tudo cheio de vergonha. Como é possível alguém com a atitude deste homem chegar onde chegou? E perante os factos ocorridos mostrar tranquilidade e sentido de dever cumprido. Nem um esgar de constrangimento ou uma palavra de arrependimento.

De facto este “personagem” tem tudo para se rir disto. À nossa conta tem a tranquilidade assegurada. Sim porque não era função dele ver se os documentos apresentados eram verdadeiros ou falsos. Ou pôr em causa os diretores que eram nomeados pela Administração, muitos deles antigos responsáveis pelo que ocorreu naquele banco. Menos ainda questionar porquê o total em depósitos baixou 2/3 e o número de depositantes aumentou. Fiquei aliás com a ideia que, ocorresse o que ocorresse, ele não tinha ideia de que teria algo a fazer. Ou, no mínimo, a dizer…

E tudo isto teve, para cúmulo, prémio. Vice-presidente do BCE!

Será que o premiar e dar prebendas aos que, perante o crime, assobiam para o lado ou mudam de passeio, é o legado de consciência cívica que queremos deixar aos nossos filhos?

Por mim não! Como diria Almada Negreiros, “Morra o Constâncio, morra. Pim”!

(texto publicado na edição em papel de 15 de junho de 2012)