Desde a disciplina de OPAN, logo revolucionada para Introdução à Política, pensava que a Política era a busca e a afirmação da razão, a ser aplicada no mundo do razoável e do possível. Explico. A razão é o mundo ideal. Exemplo: toda a gente ser rica. O que, consubstanciado no razoável e possível, levaria a uma melhor distribuição da riqueza. Em especial da riqueza criada e a criar. Pelo crescimento económico. Não seríamos todos ricos, mas haveria um patamar básico de bem-estar.
Paulatinamente descobri que a política, em especial a partidária e por isso a governação, pouco tinha que ver com a razão. Parte sempre de cumplicidades e dependências, trocas de apoios, pagamento de favores passados ou futuros, visando garantir “agarrar” o Poder.
Senti-o na atribuição dos apoios comunitários, nas “vírgulas” das leis ou nas listas de “deputados”… Tudo é feito para parecer de interesse geral mas privilegiar o particular. De grupos. De corporações. Ou apenas de “amigos”…
Talvez por isso, na política, se diga tantas vezes: “Adeus. Você é elo mais fraco”. Sendo este “escolhido”, votado como na TV, para permitir que interesses menores e/ou particulares sejam ganhadores.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>E assim fomos caminhando para o estado a que chegámos…
“Quando se trata de destruir, todas as ambições se aliam facilmente.” Julio Verne.
(texto publicado na edição em papel de 9 de Dezembro de 2011)