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Sociedade

Leirienses mobilizam-se para defender árvores da cidade

Um passeio com a família, há duas semanas, alarmou Paulo Fuentez: alguém estava a cortar árvores no Marachão. Um madeireiro derrubava-as, alegando autorização da Câmara.

Um passeio com a família, há duas semanas, alarmou Paulo Fuentez: alguém estava a cortar árvores no Marachão. Um madeireiro derrubava-as, alegando autorização da Câmara.

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“Não é preciso! É precioso!” foi a mensagem difundida (fotografia: João M. Gil)

“Segundo ele, estavam podres ou em risco de tombar. O que me aborreceu, sobretudo, foi não estar nenhum funcionário da Câmara por perto, para esclarecer a razão do corte e para fiscalizar. Podia ser qualquer pessoa com outros interesses a cortar árvores”, nota.

Paulo Fuentez fotografou as árvores cortadas e uma outra, um choupo com décadas, poupado porque havia carros perto. Depois publicou as imagens no Facebook. “As redes sociais têm destas coisas: houve logo muitos comentários e várias pessoas se mobilizaram”.

Sábado, 26 de outubro, algumas dessas pessoas visitaram o choupo. “Foi um movimento completamente espontâneo”, explica. O fotógrafo João M. Gil juntou-se ao grupo e diz que a concentração foi “um aviso de que há gente atenta e conhecedora de árvores nas ruas de Leiria”.

Foi dele a ideia de, simbolicamente, batizar o choupo com o nome “Viriato”. “É uma árvore vigorosa e com dezenas de anos, que [para a rodear] precisa de três pessoas à sua roda, de braços abertos”.

Para já, “Viriato” escapou ao corte mas o futuro é uma incógnita. Será uma das árvores sinalizadas para abate. Se for abaixo, será “uma perda tecnicamente injustificável e confirma o planeamento de um crime já verificado noutras árvores ‘ditas’ doentes”, aponta João M. Gil, secundado por Paulo Fuentez:

“Foram muitas árvores abaixo que não se consegue perceber se estavam mesmo mal ou não. Primeiro corta-se, depois justifica-se”. A Câmara tem explicado os abate devido ao risco de queda. Fuentez discorda: “Claro que podiam estar em risco, mas há sempre risco associado a uma árvore, como há com casas: as fachadas também podem cair”.

Para mobilizar a população na defesa das árvores, foi criado um grupo no Facebook. “É um esboço de movimento, que pode ser para evitar coisas más com as árvores, mas não só. As árvores de Leiria, como outras coisas na cidade, precisam de quem olhe por elas”.

(Notícia publicada na edição de 31 de outubro de 2013)


Secção de comentários

  • João M. Gil disse:

    Caro Tiago, terá lido bem a notícia?
    A árvore está boa, e só precisa de poda de manutenção nalguns ramos. Posso ir lá mostrar-lha, se não acredita. Não andamos aqui a brincar e dou-me ao trabalho de lhe responder com gosto – faz, de facto, parte da vida.
    Entre deixá-las (as nossas árvores) não acompanhadas e, do lado oposto, matá-las, há muitas hipóteses. Uma delas é tratar-las e podar-las com manutenção, deixando-as vivas e saudáveis.
    Entre o preto e o branco, há muitos tons de cinzento. Entre o 8 e o 80 há muitos números.
    Não é preciso de radicalismos para estar com as árvores, nem para estar contra elas. Faz é sempre bem aprender um pouco e saber cuidar delas.

  • Tiago disse:

    Mas esta gente não tem mais nada que fazer da vida??
    Pois claro que as árvores são bonitas e necessárias para a vida da cidade. Mas se estão doentes/podres/em risco de tombar, cortam-se e plantam-se outras no mesmo lugar. Se com a próxima ventania uma destas árvores cair para cima de um carro ou de uma pessoa, vamos assistir a estes mesmos cidadãos a manifestarem-se "hipster" revoltados porque os poderes locais nada fizeram para prevenir o incidente.
    Enfim, assistimos apenas a pessoas que não têm uma opinião critica própria, apenas se contentam em ser do contra sem motivo aparente.

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