Assinar
Sociedade

Casamento. Convidados oferecem dinheiro, noivos agradecem

A crise dita que o dinheiro é cada vez mais o preferido na hora de presentear quem casa. Um ritual marcado por tendências.

A crise dita que o dinheiro é cada vez mais o preferido na hora de presentear quem casa. “A tendência atual é oferecer dinheiro”, explica Hugo Morgado, responsável da Quinta dos Castanheiros, em Boa Vista, Leiria. Alexandra Conde, gerente da empresa Iguarias do Tempo, completa: “Predomina o dinheiro, mas tenho a perceção de que isso também varia consoante os estratos sociais”.

casa
Agosto ainda é o mês preferido para dar o nó. Mas a moda de casar em agosto está a perder terreno

Sem tabelas preestabelecidas, Hugo Morgado arrisca que um casal ofereça em média, “cerca de 200 euros, ou talvez pouco menos”.

Já Alexandra Conde prefere não apontar valores: “Já verifiquei situações em que se oferecem quantias loucas e outras em que não se dá nada, não arrisco”.

Mais evidente é que também a tradição dos pais dos noivos pagarem a boda está em declínio, o que ajuda a perceber a importância do presente em dinheiro.

Há ainda o fenómeno que se tem acentuado e que passa por comparecerem cada vez menos convidados em relação aos inicialmente previstos pelos noivos, apontam estes dois operadores. Acresce que são cada vez mais frequentes as festas com média ou pequena dimensão, com uma centena ou meia centena de convidados, refere Alexandra Conde.

Quanto à fatura suportada pelos noivos, Hugo Morgado garante que, em termos relativos, não tem subido. Os noivos gastam mais, contudo, noutros serviços associados.

“O paradigma está a mudar com a industrialização dos casamentos”, aponta. São cada vez mais os serviços que gravitam no sector e que acrescentam o que denomina de show-off. “É uma tendência, pode ser que daqui a uns anos regresse a opção por festas mais simples”, vaticina.

Já no que se refere ao dia da semana preferido para a boda, sábado ainda é rei. Mas também aqui, as mudanças são notórias. A sexta-feira começa a popularizar-se, sobretudo em cerimónias que ocorrem ao final da tarde. Todavia, no ainda lotado mês de agosto, é normal que ocorram casamentos noutros dias da semana, acrescenta.

“É fácil que em agosto o casamento aconteça na quarta ou na quinta-feira”, acrescenta Alexandra Conde. A sexta-feira é escolhida por “pessoas com uma visão mais pragmática da vida, não tão tradicional”, adianta ainda.

Noutro campo, prova provada de que a tradição está mesmo a mudar é apontada por Alexandra Conde: em julho a Quinta das Silveiras recebeu um casamento entre duas mulheres. São cerimónias ainda pouco frequentes na região.

(Notícia publicada na reportagem sobre casamentos na região, na edição de 28 de agosto de 2014)

Deixar um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Artigos relacionados

Subscreva!

Newsletters RL

Saber mais

Ao subscrever está a indicar que leu e compreendeu a nossa Política de Privacidade e Termos de uso.

Artigos de opinião relacionados