Várias centenas de pessoas concentraram-se na noite de quarta-feira, 18 de outubro, na Praça Rodrigues Lobo, em Leiria, numa manifestação pela reflorestação do Pinhal de Leiria, que ardeu 80% nos incêndios dos dias 15 e 16 de outubro.
Intitulada “Todos juntos pela reflorestação do Pinhal de Leiria”, a iniciativa surgiu na internet na sequência dos fogos do fim de semana e concentrou na praça da cidade muitas pessoas que se quiseram solidarizar publicamente com a perda de vidas humanas na sequências dos fogos deste verão – foi guardado um minuto de silêncio – e lamentar a destruição de uma das jóias do património natural da região.
Algumas pessoas foram mesmo preparadas para plantar pinheiros, fazendo-se acompanhar de pequenos rebentos. Mas um dos organizadores, Miguel Chagas, lembrou que aquele não era o momento de replantar, mas sim um primeiro passo.
“Que se crie uma associação ou movimento para acompanhar o que certamente irá ser feito” para regenerar a floresta, afirmou, desejando que surja “uma voz ativa não só em Leiria, mas também em sintonia do que irá aparecer noutros pontos do país, em relação ao que o poder político e decisor vai ter de fazer nessa reformulação do Pinhal de Leiria”.
Sérgio Espírito Santo, que lançou a iniciativa na internet, garantiu que “Portugal não tem noção do que perdemos”.
//= generate_google_analytics_campaign_link("leitores_frequentes_24m") ?>“Era um dos maiores tesouros que tínhamos. É como se Lisboa perdesse a Ponte 25 de Abril. O pulmão de Portugal foi pelo ar. Mas não baixamos os braços”, prometeu, desejando que a noite de ontem seja “o primeiro dia de algo a construir para o futuro da região”.
O promotor lembrou ainda os fogos de junho em Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera e Pedrógão Grande, “que também são distrito de Leiria”. “Fomos completamente dizimados”, vincou.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 41 mortos e cerca de 70 feridos (mais de uma dezena dos quais graves), além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.
Na região, os números mais recentes apontam para uma perda de mancha florestal na ordem dos 18.535 hectares em Leiria, Pombal, Alcobaça e Pombal.
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