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Cultura

“Roteiros Imersivos” reforçaram laços da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027

Durante o mês de maio, habitantes do território da Rede Cultura 2027 cruzaram as fronteiras dos seus concelhos para descobrir o que de melhor têm para oferecer os municípios vizinhos.

Em Leiria, inspirados pela história do Menino do Lapedo, os participantes aprenderam a lascar pedra numa demonstração de arqueologia experimental no Abrigo do Lagar Velho, na freguesia de Santa Eufémia

Mais de duas centenas de participantes cruzaram as fronteiras dos municípios da Rede Cultura 2027, num programa de roteiros criado para reforçar laços da candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura.

Durante o mês de maio, “Roteiros Imersivos” foram oferecidos pelos 26 municípios que integram a candidatura a grupos de 10 participantes. Mas só puderam inscrever-se habitantes de concelhos vizinhos, de forma a dar a conhecer a outros públicos o melhor de cada território. 

“Com este desafio ganharam-se, primeiro que tudo, os outros, os vizinhos, aquele que é o desconhecido mas que habita ao meu lado. E percebemos o quão importante é, às vezes, abrir as portas não aos nossos, mas aos outros, num momento em que a nossa rede está ainda a conhecer-se”, explicou à Lusa Paulo Lameiro, coordenador da Rede Cultura 2027.

Inicialmente previstos para 2020, os “Roteiros Imersivos” foram adiados devido à pandemia de covid-19 e Lameiro temia que muitos municípios desistissem do desafio de receber pessoas de outros concelhos.

“Na verdade é que tivemos 25 roteiros com uma dinâmica que envolveu todos os recursos maiores destes municípios”, com a particularidade desse investimento ser destinado apenas “para 10 pessoas”, sublinhou.

Essa característica reforçou a importância da “experiência individual”, em alternativa à programação “de grandes massas, de grande mediatismo”, explicou.

“Isso é muito do que a nossa candidatura procura”, porque a cultura “importa, antes de mais, enquanto experiência individual, camerística, pessoal, de proximidade”, frisou o responsável.

Até este fim de semana, foi possível assistir à confeção da tradicional sopa do Espírito Santo de Alenquer, conhecer os poços da neve de Castanheira de Pera, saborear o mouchão de Tomar, visitar a Mostra de Arte Pública em Moledo, na Lourinhã, ou ouvir o órgão de tubos da Sé de Leiria.

“Houve um esforço muito grande de todos em fazer alguma coisa nova ou fazê-la fora do contexto habitual”, detalhou.

O roteiro de Torres Vedras foi adiado devido à morte do presidente da Câmara Municipal no início do mês.

Para o responsável da Rede Cultura, o envolvimento de cada município nos roteiros reforçou a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027: “É o melhor dos sinais dos autarcas, é sinal que confiam na Rede, a ponto de investirem o seu melhor para o outro, para quem está ao nosso lado”, numa proposta “de hospitalidade e acolhimento que é muito um ideário desta candidatura”. 

A elevada adesão aos “Roteiros Imersivos” – mesmo em pandemia, quase todos esgotaram – fará com que aconteça outra edição, mas noutros moldes.

“Não vamos repetir os ‘Roteiros’, mas se calhar vamos articular para que o projeto possa desenvolver a coprodução e correalização”, a pensar no público mas também nos “atores culturais do concelho vizinho”, para construir “alguma coisa em conjunto”, avançou.

Antes, vão arrancar outros projetos da Rede Cultura 2027, como dois inspirados nos castelos ou na poesia, adiantou o coordenador.

“São programas que partem desta ideia de olharmos para todo o nosso território enquanto uma comunidade”, concluiu Lameiro.

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