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Cultura

Ana Rita Leitão: “É necessária uma participação mais ativa de folcloristas, linguistas e pedagogos”

A presidente da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura realça a importância de dois dias de reflexão “inédita e inovadora”, que trouxe à região “projetos e experiências inpiradores”.

O projeto Baile dos Pastorinhos promoveu uma original jornada de reflexão em Leiria e Alvorge (Ansião). Correu tão bem que já se pensa na próxima edição da Convenção Internacional de Dança Tradicional e Popular, avança a presidente da Associação Folclórica da Região de Leiria – Alta Estremadura, que partilhou a organização com a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria.

“[A Convenção Internacional de Dança Tradicional e Popular] foi inédita e inovadora, quer na forma quer no conteúdo, apresentando-se como uma iniciativa de demarcação deste campo de estudos no nosso país”

Qual o balanço da Convenção Internacional de Dança Tradicional e Popular?
Francamente positivo. Uma participação ativa de mais de uma centena de pessoas, muitas personalidades ligadas à dança, desporto, formação de professores, história, etnografia, literatura e produção cultural. Uma simbiose e partilha de experiências de há largos anos que faz todo o sentido encontrar um espaço de debate para o salto epistemológico. Esta convenção constituiu de facto um momento de reflexão sobre a dança tradicional e popular. Foi inédita e inovadora, quer na forma quer no conteúdo, apresentando-se como uma iniciativa de demarcação deste campo de estudos no nosso país. Pretendeu-se potenciar a partilha das experiências da arte e cultura popular vividas pelos ranchos e dos resultados da investigação científica e de projetos e experiências inspiradores, nacionais e internacionais.

Que principais ensinamentos a retirar desta reflexão?
Muitas das expectativas e vontades são comuns e poderá existir um caminho de cocriação a trilhar em conjunto. É necessária uma participação mais ativa de folcloristas, linguistas e pedagogos; abrir espaço para reflexões sobre pedagogia popular e metodologia do ensino da dança. De sublinhar as participações internacionais do Brasil (Rio de Janeiro e Curitiba), Espanha (Galiza) e Itália. Houve momentos muito intensos e profícuos de debate e partilha.

Há intenção de dar continuidade à iniciativa?
Sim, numa modalidade bienal com estes e/ou outros parceiros. Terá muito interesse uma convenção um pouco maior, com um jantar-conferência dançante e um baile tradicional ao serão. E nesta mesma modalidade itinerante pelo território, com mais painéis de apresentação de projetos e experiências inovadoras.

O que se segue no Baile dos Pastorinhos?
Dia 11 de setembro vamos ter um “Falando de Etnografia” sobre “Educação Cultural”, em São Mamede, na Batalha; dia 19 de setembro há AllDance Batalha de Aljubarrota no CIBA, em São Jorge. Em outubro, no dia 2 há novo “Falando de Etnografia” sobre “Os Povos e a Música” no Teatro Chaby Pinheiro, com Grande Baile Final no Sítio da Nazaré. Ambos os “Falando de Etnografia” são formações acreditadas, curta duração, para professores.

Sobre o regresso à atividade dos ranchos, há boas perspetivas com o desconfinamento?
Penso que sim; facilita o regresso aos ensaios, em segurança, e a possibilidade de recomeço com algumas atividades de tocatas e, a breve trecho, de dança. Basta os grupos quererem e cada um colaborar com as regras de proteção.

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