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Música

Dia Mundial do Compositor: “Compor é uma coisa que me aproxima de mim”, Bia Maria

De Ourém chega a música fresca e cheia de sentimento de Bia Maria, projeto de Beatriz Pereira que escreve música “como se fosse um exercício”.

Bia Maria prepara-se para lançar um novo EP e também o primeiro álbum Cristiano Marcelino

“Para compor, tudo o que é preciso fazer é lembrarmo-nos de uma melodia na qual mais ninguém pensou”, dizia Robert Schumann (1810-1856), reconhecido compositor e pianista alemão.

Em pleno século XXI, inovação e criatividade permanecem como ingredientes fundamentais para quem escreve música. Uma profissão alicerçada na inspiração mas que comporta dificuldades, desde logo a capacidade de fazer da composição um modo de vida.

No Dia Mundial da Composição, que se assinala hoje, 15 de janeiro, revelamos o percurso de quatro compositores da região de Leiria, pessoas que acumulam o privilégio da capacidade de fazer música, mas também sentem na pele as dificuldades, ou mesmo impossibilidade, de viver dessa arte.

Depois de André Barros, apresentamos Bia Maria.


Os amores e desamores do quotidiano são a grande inspiração de Beatriz Pereira, compositora e intérprete de 23 anos, que encontra na música uma forma de se expressar e de refletir.

Deu as primeiras notas no mundo da composição aos 16 anos, quando ingressou no curso de música, no ensino secundário, e a partir daí foi “sempre escrevendo muito”. O repertório veio dar origem ao projeto Bia Maria, que é hoje uma das principais atividades desta jovem natural de Gondemaria, no concelho de Ourém.

Em 2019 lançou o tema “Dissabor”, que faz parte do CD Novos Talentos Fnac e editou o EP “Mal Me Queres, Bem Te Quero”. Em julho de 2021, apresentou ao mundo o single “Amarílis” e, neste momento, prepara-se para lançar um novo EP e gravar um álbum.

Explicada pela própria, a construção de uma música parece simples: “O que acontece sempre é que estou ao piano ou à guitarra, começa a surgir uma harmonia e, em simultâneo, as palavras vêm, com uma melodia também, assim um bocadinho tudo ao mesmo tempo”, descreve.

E quando a criatividade quer jogar às escondidas, a artista recorre a outras técnicas de composição, como escolher algumas palavras e fazer uma canção para elas, obrigando-se “a escrever, como se fosse um exercício”.

Com a inspiração mais ou menos apurada, garante que todas as músicas surgem também de esforço e investimento, seja qual for a técnica utilizada.

Mais difícil do que compor, é, para Beatriz Pereira, selecionar uma obra favorita entre todas as suas composições, muitas delas ainda na gaveta:

“Mas acho que as melhores canções que eu tenho são as que comecei e acabei logo a seguir, que me demoraram dois minutos a fazer”.

Já o que a move neste meio da criação é mais simples. Ao REGIÃO DE LEIRIA explica que compor é uma forma de se expressar e de poder retirar reflexões das músicas que escreve. “Compor é uma coisa que me aproxima de mim”, sublinha.

Fácil também é apontar a maior referência no mundo da composição. É alguém que ouve muito, que compõe “para toda a gente” e que “escreve tudo muito bem”: Luísa Sobral.

Por enquanto, a jovem ouriense não pretende vir a ser apenas compositora, até porque não é “mulher de uma só causa”, já que, além do projeto Bia Maria, dá aulas de Educação Musical e está a trabalhar num projeto de música para bebés, em Ourém.

As diversas facetas profissionais acabam por ser uma vantagem, uma vez que considera que o sector cultural, em Portugal, “é muito precário, não tem os apoios que deveria e, por isso, é impossível viver só da composição”.

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