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Música

“Karuna” é um mantra criado por Joana e Fabrício por um mundo melhor

Dois compositores, ela das Caldas da Rainha, ele de Leiria, juntaram-se para criar durante a pandemia. A primeira música foi agora lançada em tempo de guerra e é um apelo por mais compaixão.

O economista ambiental e candidato à presidência do Chile, Alfredo Sfeir, virou-se um dia para Joana da Oliveira e disse-lhe: “Joana, um dia faz-me uma música, um mantra com a palavra ‘karuna’, porque o mundo precisa tanto de mais compaixão”.

Em 2022, face à emergência da pandemia e da guerra, o desejo de Sfeir cumpriu-se: “Karuna” é o primeiro resultado audível da parceria entre a compositora e cantora criada em Óbidos e há anos a residir nas Caldas da Rainha e o também compositor e pianista Fabrício Cordeiro, de Leiria.

“‘Karuna’ vem do budismo tibetano e é uma palavra que apela à compaixão infinita, de alguma forma remete para um mundo com mais compaixão”, explica ao REGIÃO DE LEIRIA Joana da Oliveira.

A música apela à compaixão, individual e para com os outros. “Se tivermos mais compaixão para nós, temos mais compaixão para o outro e somos mais empáticos e positivos”, diz a voz que se ouve no mantra, acompanhado no videoclip por imagens de guerra. 

Foi Joana que desafiou Fabrício a concretizarem em conjunto o pedido de Alfredo Sfeir, compondo o tal mantra “para fazermos um mundo melhor”. Ficou pronto durante a pandemia, mas o conflito na Ucrânia deu ainda mais sentido à ação. “Estamos a viver um mundo de guerra, de agressividade, um mundo de violência. Quisemos lançar este apelo como solidariedade com todas as pessoas vítimas da guerra e todas as pessoas que estão a sofrer na Ucrânia”.

“Karuna” é a primeira amostra do trabalho que os dois compositores e intérpretes têm vindo a desenvolver nos últimos meses. Há um conjunto de outros originais, ainda em fase de desenvolvimento, a maioria dos quais cantados em português, “não nesta linguagem [de ‘Karuna’], que é uma linguagem de emoções”, descreve a cantora. Algumas músicas são em inglês, mas todas transparecem o desejo de um mundo “mais verdadeiro, genuíno e pacífico”.

A intenção da dupla é chegar a palco com estas composições, juntando outros músicos ao projeto, o primeiro em que Joana, psicóloga clínica, assume mais a sério a música enquanto carreira profissional.

Neta de Maria Cândida de Oliveira, que se notabilizou como intérprete do célebre “Aldeia da roupa branca”, Joana da Oliveira esperou pelos 33 anos para responder a uma vontade de sempre e começar a cantar, primeiro a música dos outros em diversas colaborações, e agora os seus próprios originais. “Ganhei coragem e gosto mesmo de cantar. Faz-me bem”.

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