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Saúde

Sindicato dos Médicos solidário com chefes da urgência do hospital de Caldas da Rainha

“O número insuficiente de médicos, o crescente recurso a empresas de prestação de serviços e o aumento do afluxo de utentes exigem uma resposta do Ministério da Saúde”, considera o SIM.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) está solidário com os chefes de equipa da urgência do hospital de Caldas da Rainha, que se demitiram para exigir melhores condições de assistência e para evitar o colapso daquele serviço.

Em comunicado, o sindicato refere que o “número insuficiente de médicos, o crescente recurso a empresas de prestação de serviços e o aumento do afluxo de utentes exigem uma resposta do Ministério da Saúde”.

Segundo o SIM, as empresas de prestação de serviços chegam a ser pagas a “mais de 80 euros à hora, ou seja, quatro vezes mais” do que se fosse um “médico especialista mais diferenciado”.

O sindicato afirma que também os médicos de Medicina Interna da unidade de Caldas da Rainha estão “no limite das capacidades físicas e mentais”, tendo escrito, num comunicado, que se encontram “exaustos, desanimados, desgastados, desmotivados, mas sobretudo em sofrimento ético e em risco profissional”, porque na sua profissão “o erro mata”.

Neste âmbito, o SIM considera que “não adianta ao Ministério da Saúde proclamar que tudo está bem, que há muito mais meios e que aumentam as verbas do Orçamento de Estado em centenas de milhões [de euros], quando a realidade prevalece em relação à propaganda”.

“É fundamental atrair profissionais, não apenas através da correta remuneração, mas também oferecendo condições de trabalho e de progressão e diferenciação profissional”, defende.

O SIM sublinha que “é fundamental tratar bem os médicos e evitar as rescisões que têm ocorrido” e que, quando receber os sindicados, a ministra da Saúde “negoceie uma grelha salarial”, o que “o Governo se comprometeu a fazer há 10 anos”. “É fundamental apoiar o SNS, não por palavras, mas por atos”, sublinha.

Na sexta-feira, a administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) informou que os chefes de equipa do serviço de urgência do Hospital de Caldas da Rainha pediram a demissão do cargo, mas assegurou que o serviço está a funcionar normalmente.

O CHO esclareceu que as demissões “respeitam apenas ao cargo de gestão de chefia de urgência e não ao exercício das funções clínicas”, pelo que a equipa “continua a assegurar o normal funcionamento” do serviço.

Assim, os clínicos mantêm-se em funções, “providenciando todos os cuidados inerentes ao funcionamento do serviço”, depois de um aumento na afluência às urgências do Hospital de Caldas da Rainha ter causado constrangimentos no socorro aos doentes pelos bombeiros locais.

PS e PSD questionam Governo sobre condições da urgência em Caldas da Rainha

Os deputados do PS eleitos por Leiria anunciaram entretanto que irão questionar o Governo sobre as condições em que os médicos internistas exercem as suas funções no serviço de urgência do Hospital de Caldas da Rainha.

Os cinco deputados à Assembleia da República referem ainda em comunicado que solicitaram uma reunião ao conselho de administração do CHO, do qual faz parte aquele serviço de urgência, sublinhando “a preocupação que resulta das notícias recentemente vindas a público no que diz respeito às condições” de trabalho do corpo clínico.

Os deputados socialistas admitem “dificuldades”, mas, lê-se, “não deixam de reconhecer o investimento que tem vindo a ser feito pelo Governo em matéria de reforço de recursos humanos ao serviço do Serviço Nacional de Saúde nos últimos anos, bem como de enaltecer o enorme esforço que quer os profissionais de saúde, quer o conselho de administração do CHO têm sido capazes de fazer para que o serviço de urgência nunca tenha deixado de funcionar e assim garantir a resposta que tem que ser dada a todas e a todos os que o procuram”.

Os deputados do PSD afirmam-se por sua vez preocupados com a situação “absolutamente dramática, desesperante e totalmente inaceitável” que se vive no hospital de Caldas da Rainha.

Numa pergunta dirigida à ministra da Saúde, os deputados do PSD eleitos pelo círculo de Leiria e da Comissão de Saúde questionam se tem conhecimento do “caos que se vive no hospital” e querem saber “quais as soluções que serão adotadas para garantir os níveis mínimos de segurança para o funcionamento do serviço de urgência da unidade”.

Com redação

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