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Leiria

Cientistas de Leiria investigam potencial das algas para tratar Parkinson

Os resultados do trabalho de uma equipa internacional que integra investigadores da região, foram apresentados esta segunda-feira, em Peniche

Uma equipa de cientistas, que inclui investigadores do Politécnico de Leiria, tem estado a trabalhar no sentido de avaliar as propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras de macroalgas da costa de Peniche e da costa do Ceará, no Brasil, para o tratamento da doença de Parkinson.

Os resultados de um trabalho que arrancou em 2018, foram apresentados ontem, segunda-feira, em Peniche.

Atualmente, não se conhece a cura para a doença Parkinson. E uma das metas do projeto Cross-Atlantic, que reúne investigadores de várias intuições incluído o politécnico sediado na cidade do Lis, passa por “extrair e isolar polissacarídeos sulfatados (SP) a partir de nove macroalgas da costa de Peniche e quatro da costa do Ceará e avaliar as suas propriedades anti-inflamatórias e neuroprotetoras em modelos in vitro e in vivo da doença de Parkinson”, adianta nota do Politécnico de Leiria .

A equipa internacional e multidisciplinar envolvida neste projeto, reúne investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) do Politécnico de Leiria, da Universidade Federal do Ceará, do BioISI – Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e da Universidade de Santiago de Compostela.

O contributo destas algas para enfrentar a doença está no centro do trabalho dos cientistas envolvidos no projeto e leva em conta que esta doença se caracteriza “pela morte dos neurónios dopaminérgicos, responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina, levando ao desenvolvimento de limitações físicas como tremores, movimentos involuntários”, entre outros.

Ora, “os resultados obtidos demonstraram que algumas destas macromoléculas conseguem reverter os efeitos da neuroinflamação e neurotoxicidade prevenindo a morte dos neurónios dopaminérgicos”, aponta Celso Alves, investigador do MARE – Politécnico de Leiria.

De acordo com o investigador, os resultados do projeto “são altamente motivantes e desafiantes e abrem claramente novas oportunidades de investigação para explorar o potencial farmacológico destas moléculas no tratamento da doença de Parkinson”.

Este responsável explica ainda que “tendo por base estes resultados, iniciou-se os ensaios em modelos animais, os quais foram tratados com uma neurotoxina, 6-hidroxidopamina, induzindo a condição da doença de Parkinson”.

“Quando estes animais foram tratados na presença de polissacarídeos sulfatados obtidos de duas algas vermelhas, observou-se uma prevenção do fenómeno de neurodegeneração demonstrando melhorias comportamentais, modulando diferentes vias de sinalização intracelular relacionadas com o processo de neuroinflamação e neurodegeneração, assim como estimulando a expressão de fatores neurotróficos essenciais para o crescimento, sobrevivência e diferenciação dos neurónios”, reforça o investigador.

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