Há muito que se aguarda na Maceira pelo dia de amanhã. Domingo, 15 de junho, marca a inauguração oficial da nova sede da Sociedade Filarmónica Maceirense, um projeto que levou décadas a estar finalizado.
Quando se assinalam os 150 anos de atividade da banda, concretiza-se um projeto marcado por desafios, que testaram a resiliência (e paciência) da associação ao longo dos anos: nos anos 1980 o processo de regularização do terreno exigiu diversos trâmites administrativos; na década de 2000, algumas candidaturas a financiamentos não puderam avançar devido a questões documentais pendentes e, finalmente, em 2017, foi concluído todo o processo de legalização necessário, fruto do diálogo entre a associação e as entidades competentes.
Como qualquer projeto de grande dimensão, enfrentaram várias etapas burocráticas ao longo do processo e todas as questões foram ultrapassadas através do trabalho conjunto e do entendimento entre as partes envolvidas.
“O importante é que hoje temos todas as condições para usufruir deste espaço que tanto desejávamos”, esclareceu em abril, ao REGIÃO DE LEIRIA, Carlos Pereira, vice-presidente e músico trompetista da banda.
Num investimento coletivo, a nova sede inclui: escola de música com salas de aula; um auditório equipado; a sala de troféus e exposição histórica, assim como uma área de convívio. Muitos materiais foram adquiridos através de campanhas de angariação de fundos e apoios diversos.
O trabalho voluntário foi uma constante. A construção contou com esforço dos próprios músicos:
“Lembro-me de vir aqui aos sábados ajudar nas obras quando era miúdo. Estas paredes foram levantadas pelas nossas mãos”, recorda o responsável.
“Finalmente teremos uma casa à altura da nossa história”, completa. A inauguração oficial marca um novo capítulo na história centenária da instituição. Porque, na Maceira, ser filarmónico é ter a banda no sangue.
Formação musical
E, agora, a exigência não é menor: a nova sede tem de estar à altura do currículo. A Sociedade Filarmónica Maceirense tem realizado numerosas atuações em festas religiosas, desfiles cívicos, concertos públicos, concursos, entre outros, tendo atuado em diversos pontos do país.
Organiza ainda cursos de Direção de Banda e anualmente o Encontro de Orquestras Juvenis e o Festival de Bandas de Maceira.
Em 1999 gravaram o primeiro registo e, em 2003, participam na gravação do CD “As Melhores Bandas Filarmónicas da Região de Leiria”.
Em 2006 seguiu-se “Marchas de Procissão”, para o catálogo da editora Lusitanus Ensemble. Cinco anos depois foi a vez de um novo trabalho discográfico com o intuito de registar o seu reportório.
Atualmente, além da banda filarmónica, a Sociedade tem uma escola de música, composta pelos “Pequeninotas”, para bebés/crianças dos 4 aos 48 meses, e os “Saltinotas”, para crianças dos 4 aos 9 anos.
A partir dos 8 anos os alunos têm acesso gratuito a aulas de formação musical e classes instrumentais, divididas por percussão, flauta transversal, trompete, saxofone, clarinete, trompa. bombardino, tuba e trombone.
Antes de ingressarem na banda filarmónica os alunos são integrados na orquestra juvenil da SFM, de forma a adquirir experiência a tocar em conjunto.
Existe ainda a classe de conjunto, a brassband Tocá Música, que permite que os jovens músicos, que já não fazem parte da orquestra juvenil e já ingressaram na banda filarmónica, possam tocar os mais variados géneros musicais, desde o clássico, pop/rock, jazz, a música ligeira e tradicional.
Pedro Miguel Ferreira
