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A propósito: Pelo sim, pelo não…

Tinha combinado ir de bicicleta até Monte Real acompanhada e, embora me parecesse difícil a empreitada, pus-me a caminho.

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Leonor Lourenço, professora bibliotecária leonorplourenco@gmail.com

Tinha combinado ir de bicicleta até Monte Real acompanhada e, embora me parecesse difícil a empreitada, pus-me a caminho. Decidimos ir pelos campos do Lis, o que tornaria a viagem mais aprazível e, mais segura. Ao passar por Regueira de Pontes, e com o corpo a pedir-me descanso, inflecti a marcha.

Inesperadamente, depará­mo-nos com uma rampa, que dava para um apeadeiro não sinalizado. Quem seguia à minha frente subiu a rampa e continuou. Hesitei entre esforçar-me mais um pouco ou subir a rampa com a bicicleta pela mão. Decidi apear-me e, em muito boa hora, pois nesse preciso momento passou veloz um comboio. Nem sinalização sonora…, nem semáforos…, nem tão pouco cancela que advirta para a passagem de nível! Não fosse o cansaço e eu seria, hoje, mais um número nas estatísticas.

Escapei mas poderá haver alguém que venha mais uma vez comprovar que “depois de casa roubada…”. Não podem contar que, como no meu caso, o cansaço seja boa conselheiro. Verifiquei que, recentemente, a REFER colocou sinais de stop naquela passagem, mas tal é, a meu ver, manifestamente insuficiente. Aguardamos a devida atenção… Pelo sim pelo não, avisei os meus sobrinhos que tenham cuidado e que neste caso, tal como na célebre história de Charles Perrault, ”O Capuchinho Vermelho” nem sempre se vai mais seguro pelo campo do que pela aldeia.

(texto publicado na edição de 26 de setembro de 2013)