Assinar

Fases da vida: As coisas são o que são

Há um conjunto de frases feitas, muito pitorescas, e que substituem com vantagem o clássico “falar do tempo”, além de nos permitir concluir uma conversa com estilo.

Emilia-pinto
Emília Pinto, empresária emiliapinto@gmail.com

Há um conjunto de frases feitas, muito pitorescas, e que substituem com vantagem o clássico “falar do tempo”, além de nos permitir concluir uma conversa com estilo.

Um delas, usada publicamente, em tempos, pelo Dr. Mário Soares, imagino que para explicar qualquer coisa que não era lá muito explicável, foi: “As coisas são o que são.”

É uma frase espantosa e francamente muito mais interessante do que “Tudo o que sobe desce” do Dr. Braga de Macedo.

O luxo de certas frases está na sua aparente simplicidade. Mas se aceitarmos como verdade que as coisas “São o que são”, teremos que aceitar também que “As coisas nem sempre são o que parecem”, e que “Nem tudo o que luz é ouro”, etc.

Mas não há dúvida que as coisas são mesmo o que são e ponto final.

Não é porque um bocado de vidro passa a ser garrafa que deixa de ser vidro, nem um cartão de crédito deixa de ser plástico.

Deste ponto de vista as coisas não são afinal aquilo que parecem. As coisas e sobretudo as pessoas.

Era bom que conseguíssemos perceber o que se esconde por trás de um sorriso, de um cumprimento de uma palavra. É difícil perceber tanta gente complexa, inquieta, confusa. Pessoas para quem os valores morais têm dias e para quem não há paciência nem coerência que aguente.

(texto publicado na edição de 12 de dezembro de 2013)